sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Covardia político-midiática veta única solução real para o crack




Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
O desastre que a operação policial na Cracolândia de São Paulo encerra transtorna a vida da capital paulista e envergonha a cidade, o Estado e até o país, pois revela a mentalidade atrasada da sociedade brasileira e a covardia da nossa classe política e até da imprensa, que sabem que existe uma solução para o problema das drogas, mas a ignoram e escondem.
No mundo inteiro, a drogadição é uma tragédia. Contudo, alguns países – os mais avançados em termos sócio-econômicos – conseguiram reduzir drasticamente essas chagas sociais com políticas públicas realistas, dentre as quais sobressai a Política de Redução de Danos, representada pelas “narcossalas” ou “salas de uso seguro”.
A XXI Conferência Internacional de Redução de Danos, realizada no ano passado em Liverpool, na Inglaterra, expôs os avanços que as nações mais civilizadas do planeta alcançaram na questão das drogas através do uso das narcossalas, e se debruçou sobre a imperiosidade de expandir essa política pública para regiões menos desenvolvidas como a América Latina, nas quais sociedades conservadoras obrigam a classe política a adotar repressão e violência contra usuários de drogas.
O baixo nível cultural e educacional dos povos latino-americanos, entre outros, não se restringe às classes populares. As elites econômicas vibram com operações policiais truculentas por confundirem políticas de segurança publica reais e efetivas com vingança contra criminosos e até contra as principais vítimas do tráfico, os usuários.
A incompetência desumana da ação policial em São Paulo, na Cracolândia, onde o governo do Estado e a prefeitura da capital decidiram pela técnica de “sufoco, dor e sofrimento” contra pessoas mentalmente doentes e que não têm mais nada a perder na vida, exibe o assustador despreparo das autoridades locais e até da grande imprensa.
A conferência sobre redução de danos que teve lugar na Europa, ano passado, contabilizou o extremo sucesso dessa política pública que consiste na implantação de centros para viciados nos quais recebem drogas –  ou substâncias alternativas que produzem os mesmos efeitos da droga convencional, mas fazem menos mal – para consumo controlado e assistido e podem recorrer a tratamento de desintoxicação, se quiserem.
Vejam só o que ocorre na Cracolândia paulistana. Nem sob ameaça de uma polícia truculenta, mal-paga, inculta, despreparada e corrupta os viciados se intimidam. A “fissura” pela droga já se tornou a razão da existência desses seres humanos, de forma que não há nada mais assustador para o viciado em crack do que não ter como se drogar. Violência policial não intimida essas pessoas.
Por isso, na abertura da 21ª edição da conferência sobre Redução de Danos o sociólogo especializado em saúde pública Gerry Stimson, atual diretor da International Harm Reduction Association (IHRA), que organiza a conferência, considerou que o grande desafio hoje é conscientizar sociedades conservadoras do Terceiro Mundo.
Ano passado, a Conferência relatou que há hoje 93 países e territórios no mundo que adotaram a Redução de Danos. No entanto, em certos países em que o conceito foi adotado os resultados não foram tão bons porque os recursos investidos foram insuficientes. Esse é o grande erro, pois economizam recursos de um lado (na estrutura da Redução de Danos) e gastam em outro (no combate ao tráfico e na assistência médica aos viciados em estado terminal).
Vemos como os usuários de crack em São Paulo não se deixam intimidar ou convencer. Apanham, são escorraçados, humilhados, ameaçados e mesmo assim não cedem e nem cogitam fazê-lo simplesmente porque não podem, pois não há tortura maior para seus corpos e mentes do que ficar sem droga para consumir.
O mais trágico que a covardia da classe política gera pode ser visto nas meninas, algumas pré-adolescentes que parecem mais velhas pelos seus rostos envelhecidos e que carregam filhos na barriga que fatalmente engrossarão os contingentes de criminosos, drogados etc. Essas gestantes tão jovens sabem disso, mas o instinto maternal é suplantado pela “fissura” pela droga.
Entretanto, o vício poderia ser usado contra si mesmo, pois se os viciados fazem tudo pelo crack, por exemplo, basta lhes oferecer um local para consumi-lo sem terem que roubar, se prostituir etc. Nesse local, concomitantemente ao fornecimento de drogas haveria todo um trabalho psicológico e químico de desintoxicação, além de capacitação profissional. E que seria estendido a quem quisesse.
As experiências nesses países mais desenvolvidos como Alemanha, Holanda, Austrália e tantos outros mostram que, aos poucos, os viciados vão se deixando seduzir pela possibilidade de se reinserirem na sociedade. Nos países em que a política de Redução de Danos foi implantada de forma séria, com recursos suficientes, os gastos com saúde pública e com segurança diminuíram e, mais importante, o contingente de viciados também diminuiu consistentemente.
Por que não se faz isso no Brasil? Porque ninguém quer enfrentar uma sociedade atrasada, ignorante e preconceituosa que acha que a solução para esse drama é espancar ou até matar traficantes e suas vítimas – ou, na melhor das hipóteses, confiná-las em celas superlotadas ou guetos para não terem que olhar para o que a ignorância produz.
Então, leitor, saiba que solução existe. Ironicamente, no médio prazo seria mais barata do que essas dispendiosas operações policiais como a que está em curso na Cracolândia de São Paulo ou do que cuidar dos problemas gravíssimos de saúde que sobrecarregam o SUS quando os piores efeitos do consumo de drogas já se fazem sentir.
Há dinheiro para adotar essa solução e ela funciona, mas o país não a adota. Por que? Política, meu caro leitor. É a mesma coisa com o aborto. Todos sabem que é uma hipocrisia proibi-lo porque é praticado  à larga em todo território nacional, mas a lei funciona como uma espécie de venda social para a realidade.
Devido à covardia dos políticos e da imprensa, o debate sobre Redução de Danos jamais prosperou. Temem a escandalização que a proposta geraria entre os setores conservadores, que são maioria. Então nem tentam explicar. Uma campanha bem feita, porém, mostraria as vantagens dessa política pública. Mas quem terá coragem de empreendê-la?

Conselhos Estaduais de Comunicação: a Bahia inaugura uma nova etapa


Por Venício Lima, na Carta Maior
O setor de comunicações inicia 2012 fazendo História (com H maiúsculo).

Criado pelo artigo 277 da Constituição Estadual (1989) e regulado pela Lei n. 12.212 de 4 de maio de 2011, tomou posse o primeiro Conselho Estadual de Comunicação Social (CECS) brasileiro no estado da Bahia, em solenidade no auditório do Ministério Público de Salvador, no último dia 10 de janeiro, [cf. “A Bahia sai na frente” e ver abaixo relação completa dos membros titulares e suplentes]. 

A instalação do primeiro CECS na Bahia, não deixa de conter certa ironia. O estado tem servido de exemplo histórico pelo acasalamento de oligarquias políticas tradicionais com grupos dominantes da mídia regional e nacional. Um dos maiores emblemas do “coronelismo eletrônico” continua sendo o ex-governador, ex-senador e ex-ministro das Comunicações, o já falecido baiano Antonio Carlos Magalhães.

Apesar disso – ou por causa disso – a Bahia foi pioneira na inclusão do CECS em sua Constituição Estadual (CE) em 1989. Dezenove anos depois, com ampla mobilização da sociedade civil, realizou sua 1ª. Conferência Estadual de Comunicação e definiu a regulamentação do artigo 277 como prioridade. Uma 2ª. Conferência Estadual foi realizada em 2009 e no início de 2012 o CECS-BA se torna realidade, quase 23 anos depois da promulgação da CE.

Abismo crescente
A tímida e enviesada repercussão do fato na mídia regional e nacional só confirma o abismo crescente entre a os grupos tradicionais da velha mídia e a imensa maioria da sociedade brasileira. Acostumados ao quase-monopólio de pautar a agenda pública e a influir decisivamente nas políticas nacionais e regionais do setor, resistem em perceber que o país mudou. E mais: fingem não compreender algumas das conseqüências do verdadeiro tsunami tecnológico expresso na internet, nos celulares e nas diferentes redes sociais virtuais que atinge as comunicações. 

A inclusão da própria mídia entre os temas de debate público e a demanda por participação da sociedade organizada na formulação e acompanhamento das políticas do setor – como já ocorre em outros campos de direitos humanos fundamentais – é uma dessas conseqüências.

Exemplo a seguir
O funcionamento do CECS-BA, por óbvio, gera uma enorme expectativa.

Ele estará sendo rigorosamente observado pelos grupos de mídia dominantes que, apesar de parecer ignorá-lo, apostam no seu fracasso. Esperam confirmar a tese de que se trata de uma tentativa disfarçada de partidos e políticos “autoritários” para “controlar” a imprensa e institucionalizar a censura. Por outro lado, ele terá a oportunidade histórica de mostrar que a participação democrática da sociedade na gestão das políticas públicas de comunicações constitui, na verdade, uma garantia para a universalização da liberdade de expressão no caminho da positivação do direito à comunicação.

O funcionamento do CECS-BA também demonstrará que parte do empresariado do setor de comunicações da Bahia – aquela que participou de sua construção e que está nele representada – já se deu conta de que o diálogo e a negociação constituem instrumentos básicos para atender ao interesse público nas sociedades democráticas.

Ademais, espera-se, que o exemplo da Bahia seja finalmente seguido nas demais unidades da federação [cf. “CECS: Onde estamos e para onde vamos” ]. 

Primeiro naqueles estados – como a própria Bahia – governados por alianças lideradas pelo PT. O partido aprovou a recomendação de criação dos conselhos estaduais de comunicação em Congresso Nacional realizado em setembro de 2011. Agora é, portanto, a hora dos governos do Acre, do Distrito Federal, do Rio Grande do Sul e de Sergipe criarem as condições para a criação dos CECS [registre-se que este processo encontra-se avançado no Rio Grande do Sul].

Segundo, nos estados cujas Constituições já prevêem a criação e instalação dos CECS. Mais de duas décadas já se passaram desde a adaptação das Constituições Estaduais à Constituição Federal de 1988. Não há mais o que esperar.

Terceiro, naqueles estados que não incluíram os CECS em suas constituições. Basta uma iniciativa do legislativo para que as Assembléias estaduais tenham a oportunidade de corrigir a omissão.

Por fim, espera-se que a Bahia sirva também de exemplo ao Congresso Nacional que desde 2006 ignora a Constituição Federal e a Lei e boicota o funcionamento do Conselho de Comunicação Social previsto no artigo 224 [cf. “Cinco anos de ilegalidade”]

Tarefas e esperanças
Como todo avanço político, o processo de construção do CECS-BA teve que percorrer um longo caminho, repleto de dificuldades e desencontros. O seu funcionamento comprovará – ou não – o acerto de decisões tomadas e, claro, indicará as correções de rumo que se fizerem necessárias.

Por Lei o CECS-BA terá “caráter consultivo e deliberativo sobre sua finalidade de formular a Política Estadual de Comunicação Social, observados a competência que lhe confere o art. 277 da Constituição do Estado da Bahia e o disposto na Constituição Federal, reconhecida a comunicação social como um serviço público e um direito humano e fundamental”. Não é pouco.

O CECS-BA deverá, acima de tudo, comprovar que a participação institucionalizada de diferentes setores da sociedade, junto ao Estado, na formulação e acompanhamento das políticas públicas estaduais de comunicação social constitui um avanço fundamental para a consolidação democrática em nosso país.

MEMBROS DO CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA BAHIA

A. Representantes do Governo

Secretaria de Comunicação Social (2) 
Secretaria de Cultura
Secretaria da Educação
Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação
Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos
Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEB

B. Representantes da Sociedade Civil

B.1 Titulares:

Entidade profissional de classe: Associação Baiana de Imprensa

Universidades públicas com atuação no estado da Bahia: Faculdade de Comunicação - UFBA

Segmento de televisão aberta e por assinatura comercial: TV Aratu

Representante titular do segmento de radio comercial: Grupo Tucano de Comunicação Ltda.

Empresas de jornais e revistas: Empresa Editora A Tarde S.A

Agências de publicidade: Rocha Propaganda e Marketing LTDA

Empresas de telecomunicação: SINDITELEBRASIL

Empresas de mídia exterior: Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado da Bahia/SEPEX - URANUS 2

Produtoras de audiovisual ou serviços de comunicação: RX 30 Produtora Ltda.

Movimento de radiodifusão comunitária: Radio Comunitária Santa Luz Ltda.

Entidades de classe dos trabalhadores do segmento de comunicação social: SINJORBA

Veículos comunitários ou alternativos: Associação Vermelho

Organizações Não-Governamentais ou entidades sociais vinculadas à comunicação (3): Cipó Comunicação Interativa, Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social e Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Movimentos sociais de comunicação: Associação Renascer Mulher

Representante de entidades de movimentos sociais-organizados (3): União Brasileira da Mulher, Central dos Trabalhadores do Brasil–CTB, e o SINTERP
Entidades de jornalismo digital: A S2R Comunicação Ltda.– Bahia Notícias

B.2 Suplentes:

Entidade profissional de classe: OAB - Seção Bahia.

Universidades públicas com atuação no Estado da Bahia: Universidade do Estado da Bahia-UNEB.

Segmento de televisão aberta e por assinatura comercial: TV Itabuna.

Segmento de rádio comercial: Tudo FM Ltda.

Empresas de jornais e revistas: Jornal Folha do Estado.

Agências de publicidade: CCA Comunicação Propaganda.

Empresas de telecomunicação: SINDTELEBRASIL.

Empresas de mídia exterior: Central de Outdoor.

Produtoras de audiovisual ou serviços de comunicação: Malagueta Cinema e Vídeo.

Movimento de radiodifusão comunitária: Abraço.

Entidades de classe dos trabalhadores do segmento de comunicação social: SINTTEL.

Veículos comunitários ou alternativos: Instituto Cultural Nego D’Água.

Organizações Não-Governamentais ou entidades sociais vinculadas à comunicação: UNEGRO, IDESAB e a ARCCA.

Movimentos sociais de comunicação: FNDC.

Entidades de movimentos sociais organizados: CUT, UJS e FETAG-BA.

Entidades de jornalismo digital: Notícias do Sertão.


Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Aonde nos leva a “procissão do crack”?


Por Brizola Neto, no  Tijolaço
Depois de 20 anos, o Governo paulista está conseguindo encaminhar os dependentes do crack. Encaminhar não para atendimento e recuperação, mas para a próxima e a próxima esquina. Hoje, o Estadão publica uma excelente reportagem de William Cardoso, que mostra o dramático e o insano desta situação.
Não adianta plantar informações de que não sabiam e que a ação foi tomada à revelia das autoridades. Não é verdade, tanto que continua a se limitar a este “vamos circulando” que terminará por semear várias cracolândias, porque a polícia não pode ser onipresente e muito menos cobrir permanentemente toda uma metrópole como São Paulo.
Logo teremos pequenos núcleos de viciados, como foi, um dia, a cracolândia original.
PM escolta ‘procissão do crack’ no 1º fim de semana de ocupação do centro
Sem conseguir cortar tráfico, restou seguir a caminhada forçada dos viciados; moradores reclamam de novos pontos
William Cardoso
“A estratégia de impor “dor e sofrimento” aos dependentes criou uma situação inusitada no primeiro sábado após a ocupação da cracolândia, no centro de São Paulo. Com o tráfico a todo vapor e sem conseguir cortar a rota de fornecimento da droga, restou à PM escoltar pelas ruas centrais da cidade grupos gigantescos, de até cem pessoas, em uma estranha “procissão do crack”, iluminada pelos Giroflex das viaturas noite adentro. O Estado acompanhou a “peregrinação” entre as 20h e as 23h.
A perseguição aos usuários criou uma “cracolândia itinerante” no quadrilátero entre as Avenidas Duque de Caxias, São João e Ipiranga e Estação da Luz. Em alguns momentos de “folga” na caminhada forçada imposta pela polícia, os grupos paravam para acender os cachimbos e descansar. Depois de alguns minutos, voltavam a andar. Sem destino.
Em uma dessas pausas, uma moradora da Avenida Duque de Caxias, perto da Praça Júlio Prestes, atravessou a rua em meio a dezenas de dependentes e cobrou dos policiais que estavam na outra calçada que fizessem alguma coisa para tirar o “rebanho” da frente de seu prédio. “Nem vocês (PMs) estão dando conta. Antes, eles ficavam escondidos. Agora, ninguém tem sossego. Tem de achar algum lugar para levá-los”, bradava a mulher, irritada.
Depois de notar a conversa entre a moradora e os PMs, os próprios usuários seguiram alguns metros para frente, liberando a entrada do prédio. Segundo a polícia, raiva mesmo eles sentem é da imprensa. “Eles acham que a gente só está aqui por causa de vocês”, disse um policial.
Descrença. Os próprios policiais parecem cansados da “procissão do crack”. “Enquanto a droga estiver chegando aqui, não tem jeito. A gente só vai enxugar gelo. Honro a minha farda, faço o meu trabalho, mas não sou ingênuo. Tem corrupção policial, colaboração de comerciante, muita gente envolvida, muita grana nisso aí. Tem de cortar o mal pela raiz”, afirmou um PM logo depois de abordar dois jovens suspeitos em uma das esquinas do bairro.
O cansaço e a falta de perspectiva também foram relatados por outros policiais e guardas-civis metropolitanos, que perderam a fé no resultado final e estão apenas “cumprindo ordens”, segundo eles mesmos.
Foram deslocados PMs de vários batalhões da cidade para atuar na ocupação da cracolândia. Alguns lembram que nos próprios bairros onde vivem ou trabalham também há tráfico e consumo indiscriminado de crack.
Apreensão. A PM apreendeu entre a terça-feira e a tarde de ontem pouco mais de 200 gramas de crack. Foram detidas 42 pessoas. Os números são modestos. A quantidade de droga recolhida pela polícia durante cinco dias de operação é equivalente ao que os usuários consomem em poucas horas nas ruas da região central. Mesmo depois da ocupação da última terça, em todo canto, há alguém acendendo o cachimbo, abastecido por traficantes frequentemente, mesmo a 30 metros das viaturas. A cracolândia não vive uma “crise de abstinência”, como imaginavam as autoridades antes de impor a ocupação.
Além das proximidades da Duque de Caxias e da Praça Princesa Isabel, os usuários também se aglomeraram durante a noite na Rua Apa. Não é novidade o consumo no local, que já abrigou até mesmo uma imagem da “Nossa Senhora do Crack”, do artista plástico Zarella Neto, mas espanta agora a quantidade de pessoas nas calçadas, superior ao que vizinhos já estavam acostumados. Na noite do sábado, cerca de 50 usuários tomavam a calçada na esquina com a Rua General Júlio Marcondes Salgado, com cachimbos acesos.

O que move o partido-imprensa e seus colunistas


Por Gilson Caroni Filho, da Carta Maior
A leitura diária dos jornais pode ser um interessante exercício de sociologia política se tomarmos os conteúdos dos editoriais e das principais colunas pelo que de fato são: a tradução ideológica dos interesses do capital financeiro, a partitura das prioridades do mercado. O que lemos é a propagação, através dos principais órgãos de imprensa, das políticas neoliberais recomendadas pelas grandes organizações econômicas internacionais que usam e abusam do crédito, das estatísticas e da autoridade que ainda lhes resta: o Banco Mundial (BIrd), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC). É a eles, além das simplificações elaboradas pelas agências de classificação de risco, que prestam vassalagem as editorias de política e economia da grande mídia corporativa.
Claramente partidarizado, o jornalismo brasileiro pratica a legitimação adulatória de uma nova ditadura, onde a política não deve ser nada além do palco de um pseudo-debate entre partidos que exageram a dimensão das pequenas diferenças que os distinguem para melhor dissimular a enormidade das proibições e submissões que os une. É neste contexto, que visa à produção do desencanto político-eleitoral, que deve ser visto o exercício da desqualificação dos atores políticos e do Estado. Até 2002, era fina a sintonia entre essa prática editorial e o consórcio encastelado nas estruturas de poder. O discurso “modernizante” pretendia – e ainda pretende – substituir o “arcaísmo” do fazer político pela “eficiência” do economicamente correto. Mas qual o perigo do Estado para o partido-imprensa? Em que ele ameaça suas formulações programáticas e seus interesses econômicos?
O Estado não é uma realidade externa ao homem, alheia à sua vida, apartada do seu destino. E não o pode ser porque ele é uma criação humana, um produto da sociedade em que os homens se congregam. Mesmo quando ele agencia os interesses de uma só classe, como nas sociedades capitalistas, ainda aí o Estado não se aliena dos interesses das demais categorias sociais.
O reconhecimento dos direitos humanos, embora seja um reconhecimento formal pelo Estado burguês, prova que ele não pode ser uma instituição inteiramente ligada aos membros da classe dominante. O grau maior ou menor da sensibilidade social do Estado depende da consciência humana de quem o encarna. É vista nesta perspectiva que se trava a luta pela hegemonia. De um lado os que querem um Estado ampliado no curso de uma democracia progressiva. De outro os que só o concebem na sua dimensão meramente repressiva; braço armado da segurança e da propriedade.
O partido-imprensa abomina os movimentos sociais os sindicatos (que não devem ter senão uma representatividade corporativa), a nação, antevista como ante-câmara do nacionalismo, e o povo sempre embriagado de populismo. Repele tudo que represente um obstáculo à livre-iniciativa, à desregulamentação e às privatizações. Aprendeu que a expansão capitalista só é possível baseada em “ganhos de eficiência”, com desemprego em grande escala e com redução dos custos indiretos de segurança social, através de reduções fiscais.
Quando lemos os vitupérios dos seus principais articulistas contra políticas públicas como Bolsa Família, ProUni e Plano de Erradicação da Pobreza, dentre outros, temos que levar em conta que trabalham como quadros orgânicos de uma política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência auto-sustentada, caracterizada por crescentes dívidas, desemprego e anemia da atividade econômica.
Como arautos de uma ordem excludente e ventríloquos da injustiça, em nome de um suposto discurso da competência , endossaram a alienação de quase todo patrimônio público, propagando a mais desmoralizante e sistemática ofensiva contra a cultura cívica do país. Não fizeram- e fazem- apenas o serviço sujo para os que assinam os cheques, reestruturam e demitem. São intelectuais orgânicos do totalitarismo financeiro, têm com ele uma relação simbiótica. E é assim que devem ser compreendidos: como agentes de uma lógica transversa.
Merval Pereira, Miriam Leitão, Sardenberg, Eliane Catanhede, Dora Kramer e outros mais necessitam ser analisados sob essa perspectiva. É ela que molda a ética e o profissionalismo de todos eles. Sem mais nem menos.

“PM me escolheu porque eu era o único negro”


por Alceu Luís  Castilhodo blog Outro Brasil
Órfão de pai desde os 15 anos, Nicolas Menezes Barreto sabe bem o que é trabalhar. Ele é músico e professor da rede municipal de ensino, na zona leste – em condição provisória, pois ainda não é formado. Ele prestou Música, mas entrou na segunda opção no vestibular da Fuvest. Cursa Ciências da Natureza na EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), na USP-Leste.
Nicolas foi agredido por um sargento da PM, nesta segunda-feira, durante a desocupação da antiga sede do DCE Livre, o DCE ocupado – a alguns metros da sede da reitoria da USP. “Eu era o único negro lá, com dread”, disse ele ao blog Outro Brasil, por telefone, no fim da tarde.
A palavra dread remete ao estilo de cabelo rastafari. “Sem dúvida foi racismo. Ele foi falar comigo porque pensou que eu não era um estudante, e sim um traficante, algo assim. Tanto que se surpreendeu quando viu que eu era estudante”.
Ele conta que um guarda universitário ajudou o PM a segurá-lo, durante a agressão – naquele momento as imagens aparecem um pouco mais distantes no vídeo. Sobre o sargento que o agrediu, ele afirma: “O cara estava virado no capeta, não sei o que acontece. Tem de pagar as contas também, né. Mas não aceito.”
Nicolas diz que é conhecido dos guardas universitários. Até por ter sido um dos 73 estudantes presos durante a desocupação da reitoria, no início de novembro.
- Agora estou aqui, na endorfina, na adrenalina, tentando me livrar desse susto. Tive algumas escoriações, arranhões, cortes na mão. Mas fiquei com medo de ir à delegacia sozinho. Como tem o vídeo, vou fazer depois o exame de corpo de delito. Estou esperando o advogado para ir fazer o boletim de ocorrência.
O estudante conta que não falou nada demais na hora em que o policial avança em sua direção. “Quando eu falo no vídeo, com o punho da mão fechado, estava dizendo que nós estávamos cuidando do espaço e que não precisávamos da reforma da reitoria. Ele não entendeu isso e veio pra cima de mim”.
O sargento pediu o documento e Nicolas disse que sua palavra bastava. “Aí ele me puxou da bancada”, confirmando o que se vê e ouve no  vídeo veiculado pela internet. “Tentei me defender para não tomar um tapa na cara – ou um tiro na barriga, pois ele me apontou a arma”.
Nicolas fala com orgulho de seu projeto como músico, a banda BRs. O símbolo da banda tem um quadradinho antes do “s”. Ele conta que sua mãe insiste, diante das dificuldades, para ele priorizar o trabalho – pois a família depende de sua renda. Mesmo assim ele tenta conciliar tudo. “Minha mãe sabe da minha luta”.
O estudante atendeu a reportagem agitado, mesmo depois de uma noite sem sono – os estudantes ficaram em vigília nas últimas noites, por conta da ameaça de nova desocupação do espaço.
Antes de desligar o telefone, ainda falou do momento “sinistro” que vivem os alunos da USP durante a gestão de João Grandino Rodas. E se declarou preocupado com a cobertura da mídia. Já sabe que alguns veículos o definiram como “suposto” estudante. “Às vezes o repórter está bem intencionado, mas não sabemos como vai ser a edição”.

Jornalista é agredido por prefeito de município do Ceará


Um repórter denunciou ter sido agredido pelo prefeito  da cidade de Ipu , no norte do estado do Ceará, enquanto fazia uma cobertura jornalística de um evento na Câmara Municipal na sexta-feira, 6 de janeiro, informou o site Crato.org.
O jornalista Artêmio Sousa se aproximou do prefeito Sávio Pontes para fotografá-lo e foi surpreendido pelo político, que pegou a câmara digital e a atirou no chão, danificando o equipamento , de acordo com o Ceará em Rede. Pontes ainda exigiu que o chefe da guarda prendesse o profissional.
Segundo o site Rádio Iracema de Ipu, Sousa está prestando serviço para o programa Jornal da Iracema , para o qual tem acompanhado e reportado todos os atos administrativos do gestor de Ipu.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Querendo ou não, semana que vem o BBB entra em sua vida


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
Todo mês de janeiro, o Brasil tem ao menos duas certezas: a primeira é a de que incontáveis cidades se transformarão em piscinas infectas por conta das chuvas, e a segunda é a de que as pessoas só conseguirão se esconder do Big Brother Brasil saindo do país e abolindo qualquer contato com parentes, amigos, colegas de trabalho e com o noticiário.
Essa invasão irrefreável de sua vida se deve à inabalável persistência da Globo em um programa que, além de só piorar a cada edição, jamais muda de formato. Aliás, esse talvez seja o pior defeito – entre muitos a escolher – não só do BBB, mas das telenovelas: a insuportável repetição de enredos.
Novelas têm enredos, mas o Big Brother deveria ser a antítese delas devido à suposta imprevisibilidade do que poderiam fazer os “brothers”, ou seja, os jovens – alguns nem tanto – confinados à “Casa” – a multimilionária instalação cenográfica que, pelo 12º ano, abrigará a atração global.  Todavia, devido à repetição do perfil dos participantes, as situações acabam sendo sempre as mesmas, como nas telenovelas.
Sempre digo que a única coisa que o BBB já produziu de útil para o país foi Jean Willys, o único ex “brother” que teve a generosidade e o espírito público de usar a fama e o dinheiro conquistados para se dedicar à sociedade – Willys se elegeu deputado federal pelo PSOL fluminense e, desde então, vem se expondo à fúria homofóbica em suas mais distintas versões, inclusive na inexplicável versão parlamentar em pleno Congresso Nacional.
O ex “Brother” assumidamente homossexual poderia ter se resguardado da homofobia deixando-se cair no meio artístico, onde o preconceito a orientação sexual é impossível. Se tivesse optado pelo estrelato, sua orientação e a defesa dos direitos dos homossexuais não o exporiam a dementes como seu par no Congresso Jair Bolsonaro, do PP do Rio.
Esse baiano de Alagoinhas que tanto superou na vida e que dedicou ao país o que auferiu deixa ver como o BBB poderia ser útil se priorizasse o talento e a inteligência em vez de apenas o físico e os níveis de mediocridade. Infelizmente, só nas primeiras edições do programa não havia o veto tácito que foi sendo imposto pela Globo a qualquer forma de vida inteligente.
Contudo, pessoas dotadas de conteúdo intelectual não são as melhores para protagonizar as “baladas” nas quais aquela juventude se entrega ao alcoolismo, ao ridículo e ao comportamento vulgar sobretudo das garotas, muitas das quais se exibem para o país de forma intensamente degradante –  trôpegas, embriagadas e lascivas.
Nada contra a sensualidade, aliás. Estamos em pleno século XXI. Todos gostam de ver pessoas bonitas, desde que o conceito de beleza não exclua certas etnias dos participantes. Além disso, o envolvimento sensual que o clima de confinamento necessariamente acaba exacerbando em jovens com hormônios em ebulição, é inevitável.
Todavia, o BBB foi se transformando em uma atração em que o sexo é a viga-mestra. Aliás, a versão brasileira da franquia televisiva da holandesa Endemol é de longe a que mais se escora no voyeurismo, o que torna inevitável a erotização precoce das crianças porque elas não conseguem escapar do programa mesmo se os seus pais quiserem que escapem – e muitos não querem, até pela filosofia educacional que adotam.
Mesmo que as crianças não possam assistir ao BBB em casa, assistem em celulares e computadores de outras crianças na escola ou nas casas dos colegas, ao visitá-los. Para os responsáveis por crianças que não querem ver assistindo a cenas degradantes de embriaguês ou de sexo, não há forma de impedi-las.
É fato incontestável, portanto, que não há forma de impedir que, ano após ano, o BBB vá erotizando precocemente as nossas crianças. E um sintoma dessa erotização é a produção que está surgindo de sutiãs para garotas de oito ou dez anos que crescem vendo “exemplos” de moças esculturais caindo de bêbadas e sendo “traçadas” ao vivo e em rede nacional.
Em países em que a comunicação tem regras, como nos Estados Unidos ou na Europa, não se permite essa erotização compulsória da infância e da juventude. O BBB, portanto, apesar de também ser inevitável em outras partes do mundo devido à tecnologia e à inserção social, nesses países não as envolve nessa teia de mediocridade, luxúria e burrice.
O que se permite à Globo pôr na televisão aberta durante as edições do BBB, não se permite a tevê alguma em países em que crianças e adolescentes são considerados patrimônio da nação em vez de, apenas, consumidores.
Dessa maneira, prepare-se: converse muito com seus filhos e netos pequenos durante os próximos dois ou três meses. Explique que nem sempre o que se vê na televisão deve ser imitado. Critique, com serenidade e didatismo, a situação das moças que hipotecam a própria dignidade, o uso indiscriminado de álcool e outros comportamentos reprováveis.
Tente saber o que as crianças sabem dessa “atração” nefasta. Descubra o que viram e tente dirimir suas inevitáveis dúvidas, mostrando o que há de ruim em certos comportamentos. Não deixe de fazer isso porque, querendo ou não, semana que vem o BBB entra em sua vida e na de seus filhos, netos etc. Sob as barbas das autoridades.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Privataria em MG: a guerra dos emboabas!


por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
A Guerra dos Emboabas: São Paulo X Minas!
A “Privataria Tucana” chegou a Minas. E dessa vez não foi pelos blogs nem pelas redes sociais. Amaury Ribeiro Jr – autor do livro que conta os caminhos e descaminhos do dinheiro das privatizações, com foco na atuação de gente muito próxima a José Serra  - passou uma hora no estúdio da Radio Itatiaia, de Belo Horizonte. Foi entrevistado, nesses primeiros dias de 2012, no programa de Eduardo Costa – um apresentador muito popular.
Pra quem não é de Belo Horizonte, vale explicar: a Itatiaia é um fenômeno mineiro. Sem ligações com Globo, Abril nem com teles e outros bichos, a rádio é a mais tradicional e a mais popular de Minas. Ou seja: a “Privataria” já não está restrita à guerrilha da internet. Chegou ao rádio. Caiu na boca do povo.
A “Folha”, a “Veja”, a “Globo” (sobretudo a “Globo”) tentaram ignorar o livro. Não adiantou. A “Privataria Tucana” saiu do controle. 
Hum… A situação já esteve melhor para Serra e os aliados dele na velha mídia.
E não é possível ser ingênuo: a Itatiaia tem ligações com o ex-governador de Minas, Aécio Neves. Se a rádio abriu espaço para Amaury, é porque Aécio deve ter “emitido sinais” de que valia a pena tratar do assunto. Ou seja: agora é confronto aberto!
Isso lembra a Guerra dos Emboabas! Na época colonial (final do século XVII/início do século XVIII), os paulistas (“bandeirantes”) descobriram ouro na região onde hoje está Minas Gerais. A paulistada queria o monopólio de extração do metal. Portugueses e colonos de outras partes do (que viria a ser o) Brasil entraram na disputa. Deu-se a guerra!
Os paulistas chamavam os adversários de “emboabas”. Há muitas controvérsias sobre o significado exato da palavra, mas era um termo depreciativo contra os “forasteiros” (os paulistas se julgavam donos das Minas). A turma de São Paulo perdeu a guerra – que teve confrontos sangrentos. Diz-se que, em combate travado no “Capão da Traição”, 300 paulistas teriam morrido! 
Uma das consequências da “Guerra dos Emboabas” seria a criação (alguns anos depois) da capitania de Minas Gerais, em território que se desmembrou de São Paulo. Ou seja: foi ali que Minas nasceu, depois de se rebelar contra os paulistas.
Com a entrevista na Itatiaia, de alguma forma, Aécio mostra que está disposto a ir até o fim nessa guerra.
Alguns leitores reclamam: Amaury denuncia os tucanos paulistas, mas não fala nada da privataria mineira! Pode até ser verdade, mas é impossível brigar com todo mundo ao mesmo tempo.  Ter um adversário do tamanho de Serra não é pouca coisa. O jornalista seria ingênuo (ou “kamikaze”) se atirasse pra todos os lados ao mesmo tempo…
Por hora, os tiros (com acusações bem documentadas, diga-se) vão em direção aos tucanos de São Paulo. Os emboabas parecem perto da vitória, nessa disputa duríssima pelo ouro tucano. 
Outras escaramuças virão. Antes de chegarmos ao Capão da Traição…

Sou agro: Nosso esforço para reeducar os leitores


Por Luiz Carlos Azenha, no Vi o mundo, na seção Humor
da revista Veja
Caros leitores, francamente, essa história de chamar os venenos usados na agricultura de ‘agrotóxicos’ é uma maldade satânica daquela gente do MST.
A partir de agora, usamos ‘defensivos agrícolas’, já que o objetivo dos venenos é proteger você, leitor, das pragas, insetos e parasitas.
O fato de que os ‘defensivos’ defendem as plantas e aumentam o lucro, independentemente de sua saúde, é desprezível.
E ainda que nossa lógica seja sofrível, não seria bom ficar livre daqueles parasitas que infestam o governo federal?
No próximo capítulo, como evitar o uso impróprio da palavra ‘câncer’.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Decisão depende de Cid Gomes

Neste momento o governador Cid Gomes pode pôr fim à greve dos policiais e bombeiros no Ceará. 
Das seis propostas apresentadas pelo movimento grevista, três foram conquistadas. Veja a seguir: 


1) O Governo pagará R$ 859,00 a policiais que atuam no turno C (madrugada) com este valor sendo incorporado ao salário;
2) Todos os policiais, sem exceção, saem das 44 horas para 40 horas semanais;
3) Será concedida a anistia ampla e irrestrita a todos os que participaram do movimento grevista nos últimos cinco dias.

As outras três, o governo negociará depois do fim da greve. Veja quais são:

1) Vale-refeição, que passará de R$ 6,00 para R$ 10,00;
2) Destituição do código disciplinar militar e criação de código de ética;
3) Regularização das promoções.

O documento formalizando a aceitação foi enviado ao governador. 

Agora, só falta o governador Cid Gomes concluir o processo, em outras palavras, pôr fim à valente greve dos policiais-bombeiros. 

Fonte das informações: Redação O Povo on line