Por Rodrigo Vianna, http://escrevinhador.com.br/
Essa eleição serviu para aposentar boa parte da tropa de choque oposicionista do Senado. Como vocês sabem, foram derrotados: Marco Maciel (DEM), Cesar Maia (DEM), Heráclito Fortes (DEM), Artur Virgílio (PSDB), Tasso Jereissati (PSDB), Mão Santa (PSC, ex-PMDB).
Os petistas comemoram o resultado, enquanto a Globo lamenta: na Globo News, um comentarista chegou a dizer que a derrota de Maciel era “uma grande perda”. Eu diria que a ausência de Maciel vai preencher uma lacuna.
Gostaria, no entanto, de chamar atenção para outro fenômeno: a predominância, na bancada eleita pelo PT (especialmente em São Paulo), de deputados com apoio da ”máquina” (o PT elegeu muita gente ligada a prefeituras do ABC e de outras cidades da Grande São Paulo). Há excecões, claro. Mas o perfil predominante é esse: o que talvez explique porque a militância petista vai sendo substituída por funcionários profissionalizados.
Isso, pelo que relatam alguns amigos, aconteceu também em outros Estados.
Não é à toa que lideranças importantes, com histórico de defesa das bandeiras de esquerda, tiveram dificuldade para se eleger. Foi o caso de Dr. Rosinha, no Paraná (que ficou com a última vaga da coligação). Em Minas, Nilmário Miranda não conseguiu se eleger. Na Bahia, Emilano José ficou na primeira suplência. No Rio, Biscaia acabou derrotado.
Isso reflete as dificuldades do PT e da esquerda nas camadas médias urbanas. O lulismo parece ter perdido a classe média – especialmente no Rio e em São Paulo. Perdeu o chamado “voto de opinião”.
Setores mais progressistas preferiram votar, no Rio, em Chico Alencar, do PSOL (ele teve uma votação estrondosa, ajudando a eleger até um segundo federal do partido, Jean Willys). Em São Paulo, foi Ivan Valente o depositário desse voto mais à esquerda.
No PT, cada vez mais, quem não tem máquina não se elege. Genoíno é um caso. Ficou na suplência em São Paulo. Ah, mas ele se desgastou por causa do “Mensalão”. É verdade. Mas e o João Paulo Cunha? Também se desgastou. Só que ele tem a máquina, prefeitura de Osasco. Aí, se elegeu fácil.
Esse é só um exemplo, a mostrar como – mais e mais – o PT vai-se transformando numa máquina eleitoral. Mantem vínculos com certas bandeiras da esquerda, é verdade. Mas perde a vivacidade, perde a capacidade de mobilizar as pessoas por causas mais amplas.
A execeção, talvez, tenha sido o Rio Grande do Sul – onde o PT elegeu vários parlamentares próximos aos movimentos sociais.
A médio prazo, esse proceso certamente trará consequência graves para o partido – que acaba de formar a maior bancada da Câmara dos Deputados no Brasil.
Esse é um tema para ser aprofundado logo depois do segundo turno: qual o novo perfil do PT?
Essa eleição serviu para aposentar boa parte da tropa de choque oposicionista do Senado. Como vocês sabem, foram derrotados: Marco Maciel (DEM), Cesar Maia (DEM), Heráclito Fortes (DEM), Artur Virgílio (PSDB), Tasso Jereissati (PSDB), Mão Santa (PSC, ex-PMDB).
Os petistas comemoram o resultado, enquanto a Globo lamenta: na Globo News, um comentarista chegou a dizer que a derrota de Maciel era “uma grande perda”. Eu diria que a ausência de Maciel vai preencher uma lacuna.
Gostaria, no entanto, de chamar atenção para outro fenômeno: a predominância, na bancada eleita pelo PT (especialmente em São Paulo), de deputados com apoio da ”máquina” (o PT elegeu muita gente ligada a prefeituras do ABC e de outras cidades da Grande São Paulo). Há excecões, claro. Mas o perfil predominante é esse: o que talvez explique porque a militância petista vai sendo substituída por funcionários profissionalizados.
Isso, pelo que relatam alguns amigos, aconteceu também em outros Estados.
Não é à toa que lideranças importantes, com histórico de defesa das bandeiras de esquerda, tiveram dificuldade para se eleger. Foi o caso de Dr. Rosinha, no Paraná (que ficou com a última vaga da coligação). Em Minas, Nilmário Miranda não conseguiu se eleger. Na Bahia, Emilano José ficou na primeira suplência. No Rio, Biscaia acabou derrotado.
Isso reflete as dificuldades do PT e da esquerda nas camadas médias urbanas. O lulismo parece ter perdido a classe média – especialmente no Rio e em São Paulo. Perdeu o chamado “voto de opinião”.
Setores mais progressistas preferiram votar, no Rio, em Chico Alencar, do PSOL (ele teve uma votação estrondosa, ajudando a eleger até um segundo federal do partido, Jean Willys). Em São Paulo, foi Ivan Valente o depositário desse voto mais à esquerda.
No PT, cada vez mais, quem não tem máquina não se elege. Genoíno é um caso. Ficou na suplência em São Paulo. Ah, mas ele se desgastou por causa do “Mensalão”. É verdade. Mas e o João Paulo Cunha? Também se desgastou. Só que ele tem a máquina, prefeitura de Osasco. Aí, se elegeu fácil.
Esse é só um exemplo, a mostrar como – mais e mais – o PT vai-se transformando numa máquina eleitoral. Mantem vínculos com certas bandeiras da esquerda, é verdade. Mas perde a vivacidade, perde a capacidade de mobilizar as pessoas por causas mais amplas.
A execeção, talvez, tenha sido o Rio Grande do Sul – onde o PT elegeu vários parlamentares próximos aos movimentos sociais.
A médio prazo, esse proceso certamente trará consequência graves para o partido – que acaba de formar a maior bancada da Câmara dos Deputados no Brasil.
Esse é um tema para ser aprofundado logo depois do segundo turno: qual o novo perfil do PT?
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