quinta-feira, 29 de julho de 2010

PT quer responder acusações de narcoterrorismo que a Veja requentou

PT entra com pedido de resposta contra Veja no TSE
Ação contesta a reportagem Indio Acertou o Alvo, veiculada na edição desta semana, na qual repercute a associação do PT às Farcs
Agência Brasil | 28/07/2010 11:10
O PT e a coligação Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada pelo partido, entraram com pedido de direito de resposta nesta terça-feira (27) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a revista Veja, da Editora Abril. A ação contesta a reportagem Indio Acertou o Alvo, veiculada na edição desta semana.
A matéria repercute as declarações do candidato tucano à Vice-Presidência da República pela coligação liderada pelo PSDB, Indio da Costa (DEM-RJ), que associou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. “O episódio foi uma afobação de iniciante, mas o vice de José Serra está correto em se espantar com a ligação de membros do PT com as Farc e seus narcoterroristas”, diz a reportagem.
Segundo o advogado do PT, Márcio Silva, a revista “requentou” a questão das Farc. “Compraram o palavrório de Indio, tomando como suas algumas palavras dele. Quando se fala jornalisticamente sobre o episódio, tudo bem, mas quando, editorialmente, tomam a posição dele para si, achamos por bem pedir direito de resposta”, afirmou Silva.
A legenda mandou como possível resposta a ser publicada um texto que ocuparia uma página, com foto, mencionando o combate ao narcotráfico no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e citando a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, em agosto de 2007.
A reportagem que, segundo o advogado do PT, foi “requentada” é a de título Tentáculos das Farc no Brasil, publicada no dia 16 de março de 2005 pela revista Veja. No início da semana passada, o PT chegou a conseguir o direito de resposta de dez dias contra o site Mobiliza PSDB por ter veiculado as declarações de Indio da Costa, mas a decisão foi suspensa até o fim do recesso do tribunal, em agosto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estudo da Unesco condena a concentração da mídia

Na avaliação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Estado deve impedir a concentração indevida no setor de mídia e assegurar a pluralidade. Para isso, diz estudo da entidade, governos podem adotar regras para limitar a influência que um único grupo pode ter em um ou mais setores. A organização afirma que os responsáveis pelas leis antimonopólio precisam atuar livres de pressões políticas. As autoridades devem ter, por exemplo, o poder de desfazer operações de mídia em que a pluralidade está ameaçada, defende a Unesco.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16828

Ficha limpa no Ceará

http://opovo.uol.com.br/app/o-povo/pagina-2/2010/07/28/int_pagina2,2024641/ficha-limpa-barra-duas-candidaturas.shtml

Trabalho escravo no Repórter Brasil

Trabalho escravo: 7 pessoas são libertadas de área de esposa de deputado. http://www.reporterbrasil.com.br/index.php

O financiamento de Washington a jornalistas

23/7/2010|
Como os EUA financiaram mais de 150 jornalistas contra Chávez
Documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) evidenciam mais de US$ 4 milhões em financiamento a meios e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.
O financiamento tem sido canalizado diretamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas estadunidenses: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid).
Em uma tosca tentativa de esconder suas ações, o Departamento de Estado censurou a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas recebendo esses fundos multimilionários. No entanto, um documento datado de julho de 2008 deixou sem censura os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).
Espaço Público e IPYS são as entidades que figuram como as encarregadas de coordenar a distribuição dos fundos e os projetos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.
Os documentos evidenciam que a PADF, o FUPAD, em espanhol, implementou programas na Venezuela dedicados à “promoção da liberdade dos meios e das instituições democráticas”, além de cursos de formação para jornalistas e o desenvolvimento de novos meios na Internet devido ao que considera as “constantes ameaças contra a liberdade de expressão” e “o clima de intimidação e censura contra os jornalistas e meios”.
Financiamento a páginas web anti-Chávez
Um dos programas da Fupad, pelo qual recebeu US$ 699.996 do Departamento de Estado, em 2007, foi dedicado ao “desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela” e para o jornalismo “via tecnologias inovadoras”. Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de “prêmios” de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país.
Outros programas manejados pelo Departamento de Estado selecionaram jovens venezuelanos para receber treinamento e capacitação no uso dessas tecnologias e para criar o que chamam uma “rede de ciberdissidentes” na Venezuela.
Por exemplo, em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, juntamente com a organização estadunidense Freedom House, convocou um encontro de “ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos” e “especialistas em Internet” para analisar o “movimento global de ciberdissidentes”. Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foi convidado Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente da Venezuela.
No ano passado, durante os dias 15 e 16 de outubro, a Cidade do México foi a sede da 2ª Cúpula da Aliança de Movimentos Juvenis (“AYM”, por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária De Estado Hillary Clinton e vários “delegados” convidados pela diplomacia estadunidense, incluindo aos venezuelanos Yon Goicochea (da organização venezuelana Primero Justicia); o dirigente da organização Venezuela de Primera, Rafael Delgado; e a ex-dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Cato, dos EUA.
Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam cursos de “capacitação e formação” dos funcionários estadunidenses e dos criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube.
Financiamento a universidades
Os documentos desclassificados também revelam um financiamento de US$ 716.346 via organização estadunidense Freedom House, em 2008, para um projeto de 18 meses dedicado a “fortalecer os meios independentes na Venezuela”. Esse financiamento através da Freedom House também resultou na criação de “um centro de recursos para jornalistas” em uma universidade venezuelana não especificada no relatório. Segundo o documento oficial, “O centro desenvolverá uma rádio comunitária, uma página web e cursos de formação”, todos financiados pelas agências de Washington.
Outros US$ 706.998 canalizados pela Fupad foram destinados para “promover a liberdade de expressão na Venezuela”, através de um projeto de dois anos orientado ao jornalismo investigativo e “às novas tecnologias”, como Twitter, Internet, Facebook e Youtube, entre outras. “Especificamente, a Fupad e seu sócio local capacitarão e apoiarão [a jornalistas, meios e ONGs] no uso das novas tecnologias midiáticas em várias regiões da Venezuela”.
“A Fupad conduzirá cursos de formação sobre os conceitos do jornalismo investigativo e os métodos para fortalecer a qualidade da informação independente disponível na Venezuela. Esses cursos serão desenvolvidos e incorporados no currículo universitário”.
Outro documento evidencia que três universidades venezuelanas, a Universidade Central da Venezuela, a Universidade Metropolitana e a Universidade Santa Maria, incorporaram cursos sobre jornalismo de pós-graduação e em nível universitário em seus planos de estudos, financiados pela Fupad e pelo Departamento de Estado. Essas três universidades têm sido os focos principais dos movimentos estudantis antichavistas durante os últimos três anos.
Sendo o principal canal dos fundos do Departamento de Estado aos meios privados e jornais na Venezuela, a Fupad também recebeu US$ 545.804 para um programa intitulado “Venezuela: As vozes do futuro”. Esse projeto, que durou um ano, foi dedicado a “desenvolver uma nova geração de jornalistas independentes através do uso das novas tecnologias”. Também a Fupad financiou vários blogs, jornais, rádios e televisões em regiões por todo o país para assegurar a publicação dos artigos e transmissões dos “participantes” do programa.
A Usaid e a Fupad
Mais fundos foram distribuídos através do escritório da Usaid em Caracas, que maneja um orçamento anual entre US$ 5 milhões e US$ 7 milhões. Esses milhões fazem parte dos 40 a US$ 50 milhões que anualmente as agências estadunidenses, europeias e canadenses estão dando aos setores antichavistas na Venezuela.
A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento está ativa na Venezuela desde 2005, sendo uma das principais contratistas da Usaid no país sulamericano. A Fupad é uma entidade criada pelo Departamento de Estado em 1962, e é “filiada” à organização de Estados Americanos (OEA). A Fupad implementou programas financiados pela Usaid, pelo Departamento de Estado e outros financiadores internacionais para “promover a democracia” e “fortalecer a sociedade civil” na América Latina e Caribe.
Atualmente, a Fupad maneja programas através da Usaid com fundos acima de US$ 100 milhões na Colômbia, como parte do Plano Colômbia, financiando “iniciativas” na zona indígena em El Alto; e leva dez anos trabalhando em Cuba, de forma “clandestina”, para fomentar uma “sociedade civil independente” para “acelerar uma transição à democracia”.
Na Venezuela, a Fupad tem trabalhado para “fortalecer os grupos locais da sociedade civil”. Segundo um dos documentos desclassificados, a Fupad “tem sido um dos poucos grupos internacionais que tem podido outorgar financiamento significativo e assistência técnica a ONGs venezuelanas”.
Os “sócios” venezuelanos
Espaço Público é uma associação civil venezuelana dirigida pelo jornalista venezuelano Carlos Correa. Apesar de sua página web (www.espaciopublic.org) destacar que a organização é “independente e autônoma de organizações internacionais ou de governos”, os documentos do Departamento de Estado evidenciam que recebe um financiamento multimilionário do governo dos Estados Unidos. E tal como esses documentos revelam, as agências estadunidenses, como a Fupad, não somente financiam grupos como o Espaço Público, mas os consideram como seus “sócios” e desde Washington lhes enviam materiais, linhas de ação e diretrizes que são aplicadas na Venezuela, e exercem um controle sobre suas operações para assegurar que cumprem com a agenda dos Estados Unidos.
O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) é nada mais do que um porta-voz de Washington, criado e financiado pelo National Endowment for Democracy (NED) e por outras entidades conectadas com o Departamento de Estado. Seu diretor na Venezuela é o jornalista Ewald Sharfenberg, conhecido opositor do governo de Hugo Chávez. IPYS é membro da agrupação Intercâmbio Internacional de Livre Expressão (IFEX), financiado pelo Departamento de Estado e é parte da Rede de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização francesa financiada pela NED, pelo Instituto Republicano Internacional (IRI) e pelo Comitê para a Assistência para uma Cuba Livre.

Do blog do jogador Fred: Fred responde ao colunista do O Globo

Após mais uma vez ser informado pela minha assessoria de imprensa sobre uma nota publicada ontem pelo Renato Maurício Prado - que, diga-se de passagem, não me esquece -, passei o dia me perguntando o porquê deste jornalista me atacar de forma constante e gratuita em sua coluna diária.
Será que tem a ver com o fato de eu vestir a camisa do Fluminense e não a do time dele? Pensando bem, acredito que os ataques estão ligados ao fato do número da minha camisa (9), de cabeça para baixo (6), trazer a ele lembranças "gostosas" do mundo do futebol.
Mas isso é apenas um detalhe. Por falar em "Detalhes", me lembrei do trecho de uma música do Rei Roberto Carlos, chamada Outra Vez, que diz o seguinte: "Me esqueci de tentar te esquecer"...
Sou responsável, graças a Deus talentoso no que faço e ídolo de duas das principais torcidas do futebol brasileiro. Então, por favor, peço que aprenda a me respeitar, pois essa será a única forma de eu fazer o mesmo por você.          
http://fredgol.com/blog/

terça-feira, 27 de julho de 2010

Carta Aberta à companheira Dilma Roussef

Por Izaías Almada

 Estimada companheira Dilma Roussef:
Aproximam-se as eleições de outubro. Passada a overdose do futebol, o Brasil mergulha nas águas turbulentas de uma campanha eleitoral com características como há algum tempo não se viam na nossa história, trazendo lembranças – para os que viveram como eu, ainda adolescentes – as disputadíssimas eleições de 1955 e 1960, onde o viés ideológico permeava os votos daqueles que iriam escolher entre o progresso do país ou a estagnação e o atraso. O Brasil de hoje é bem diferente, eu sei, mas ainda com inúmeros problemas de autodeterminação, de soberania, de construção de uma infraestrutura mais produtiva, consistente e autônoma, geradora de mais empregos e distribuição de sua riqueza de maneira mais equânime e solidária. Organização de um mercado interno sólido, duradouro. Problemas que permanecem ainda em nossos dias.
 Em finais de 2005 fui conhecer a Venezuela. E o fiz tomado de grande curiosidade pela Revolução Bolivariana, cuja visibilidade institucional se estabeleceu em 1998, com a eleição de Hugo Chávez à Presidência da República, mas iniciada com a desastrosa política neoliberal imposta ao país pelo governo de Carlos Andrés Perez, fato já aceito e incorporado à história econômica venezuelana. 
Resolvi visitar aquele país irmão e sentir um pouco a temperatura do que ali se passava. Ver de perto como oposição e governo se enfrentavam no dia a dia – e já lá se vão quase cinco anos. Entre os vários fatores que suscitaram em mim essa curiosidade, devo confessar que parte importante deles veio no caudal do linchamento da esquerda brasileira sofrido nesse mesmo ano de 2005, tão logo o ínclito e honrado deputado Roberto Jéferson, valoroso combatente da e pela democracia representativa tupiniquim, contrariado em seu despojamento e honestidade patriótica resolveu, segundo ele, botar a boca no trombone e denunciar irregularidades na vida política nacional, em particular na atuação parlamentar do Partido dos Trabalhadores.
Tal fato, de conhecimento geral, onde se jogou muita areia no ventilador, independentemente dos envolvidos e das denúncias, algumas delas sem comprovação até o presente, foi sobejamente aproveitado por boa parte da oposição nacional que, na voz do também honrado e ínclito senador Bornhausen (da turma dos brancos de olhos azuis), deu o mote: “temos que eliminar essa gente da política brasileira”, ou qualquer coisa nesse teor. Embora sem filiação partidária, senti-me atingido pela bravata.
Eu não desconfiava, companheira Dilma Roussef, àquela altura, que viria ao de cima, como acontece sazonalmente no Brasil, mais um jogo sujo de política institucional, com o confronto pelo poder assumindo contornos mais nítidos e não menos distantes, como também não menos violentos, de muitos dos confrontos ideológicos dos anos 60, anos em meio aos quais me formei, como você, companheira, política e profissionalmente, na mesma Belo Horizonte que nos viu nascer. Com ingredientes, fatos e personagens diferentes, é claro.

DESCULPE OS NAO-LULAS, MAS COMO RECEBO MUITOS EMAILS IRONIZANDO, DEBOCHANDO E FALANDO HORRORES DELE ACHO QUE TENHO O DIREITO DE ENVIAR UM UNICO EMAIL QUE FALE BEM DESSE "ANALFABETO" .


Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos. Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares] .

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de janeiro de 2010], e não quebrou a previdência como queria FHC. Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta]. Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora. Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise. Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos] .

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].

Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama.

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador; é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor - Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...] e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam lá, nos "States".

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da [maior] mudança geopolítica das Américas [na história].

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel. Lula, que não entende nada de nada; é bem melhor que todos os outros...!

Pedro Lima

Economista e professor de economia da UFRJ

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Símbolos sagrados

Os símbolos sagrados têm o poder de criar uma nova realidade. Uma simples vela nos faz entender melhor o que agora digo. A luz pequena e incessante inaugura um novo espaço, em que eu e Deus nos aproximamos de modo aconchegante e fraterno. Esse espaço não é só novo por se criar uma nova realidade, mas por se concretizar uma nova realidade-totalidade que é Deus. Saio dessa realidade sabendo que Deus em mim está, que sou também um pouquinho Dele. E sendo uma parte Dele, sou e somos uma voz múltipla e uníssona na multidão.

Escrever


Há sentidos que não cabem nas palavras. Talvez seja por isso que Manuel de Barros precisa dar cor, dar voz, dar luz, dar vida às palavras. Não posso viver sem elas, mesmo sabendo que nem tudo o que a gente quer delas elas podem atender, podem nos oferecer, por isso sigo renitente e religiosamente disciplinado em virá-las pelo avesso, para quem sabe um dia eu possa (des)cobri-la. E sei que nesse dia, como diz Adélia Prado, eu verei a Deus.

SERRA QUER 'URIBINIZAR' A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA



Reunido nesta 2º feira com empresários em SP, em evento promovido pelos articuladores do movimento 'Cansei' -- braço político da comunidade-Daslu, idealizado pelo mordomo tucano Dória Jr -- Serra esponjou-se e confirmou: não, Índio da Costa não era um ponto fora da curva. À vontade, cercado pela fina flor do higienismo social anti-Lula, um auditório selecionado pelo recorte mínimo de R$ 200 milhões de faturamento anual, o candidato soltou a franga e assumiu a condição de aspirante a novo baluarte da reação latinoamericana. O papel do Brasil nesse projeto é tornar-se uma imensa Colombia: a presidência é só um degrau. O tucano quer o pódium, a vaga deixada por Álvaro Uribe -- missão que nem o sucessor do colombiano, o direitista Juan Manuel Santos, pretende mais encarar. Trata-se de restabelecer a velha e boa ordem no quintal dos EUA, uma faxina ideológica cujo requisito, claro, é o realinhamento estratégico da chancelaria brasileira. Os excertos do udenismo internacionalista, ou neo-uribismo, anunciados hoje no auto-intitulado 'clube dos líderes' (LIDE/Cansei), sinalizam aquilo a que seria reduzida a política externa do país -- e o próprio país-- na improvável hipótese de uma vitória do ex-governador nas eleições de outubro. Do túmulo, Almirante Pena Boto, criador nos anos 50 da Cruzada Brasileira Anti-Comunista, saúda orgulhoso o discípulo tardio. Quem diria que o menino da UNE chegaria onde chegou? Confira: a) ‘É inegável e indiscutível que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo Chávez [...] É inegável que o Chavez abriga as Farc’; b) ‘...É inegável que, se o Brasil tivesse gasto o tempo que gastou no Oriente Médio com a América do Sul, poderia ter evitado situações como essas...’;c) ‘...É amigo de Cuba? Muito bem. Então usa essa amizade para libertar os presos cubanos....’; d) ‘...vamos aumentar em 15% a remuneração pela energia [de Itaipu comprada] do Paraguai? Estamos [Lula está...] fazendo sem dúvida filantropia com o Paraguai, a Bolívia... e)"vivemos a exacerbação do patrimonialismo sindicalista ...eu dizia no começo do governo Lula e agora, só para ironizar, é o chamado patrimonialismo bolchevique"; f) "O MST é um movimento de acumulação de forças revolucionárias..."; g)"o Stédile declara apoio à Dilma porque, com ela, eles (sem-terra) vão poder fazer mais invasões, mais agitações...'

(Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país e de mundo; 27-07)
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm

sábado, 24 de julho de 2010

Halelluya

Gente, tô indo pro Halelluya. Convido a tod@s pra irem tb!!!

Dilma abre 8 pontos de vantagem no Vox Populi; e o DataFolha, como sai dessa?

por Rodrigo Vianna
A candidata do PT abriu 8 pontos de vantagem na pesquisa do Vox Populi que acaba de ser divulgada pelo “Jornal da Band”. Os números são: Dilma 41%, Serra 33% e Marina 8%.
Dilma massacra no Nordeste. E equilibra o jogo no Sudeste e no Sul, onde Serra lidera por margem pequena.
Os números completos podem ser lidos aqui.
O Vox Populi e o Sensus têm apontado uma tendência constante: crescimento de Dilma e queda (lenta) de Serra. Marina parece estacionada em algo em torno de 8% a 10% dos votos.
O IBOPE, com algum atraso, vem registrando tendência semelhante – desmentindo a previsão do diretor do instituto, Montenegro (ele previu que Dilma teria enorme dificuldade para passar dos 15%).
O ponto fora da curva tem sido o DataFolha. O instituto teima em manter Serra empatado com Dilma. Nas próximas horas, sai mais um DataFolha. O que será que o instituto vai fazer? Seguirá fiel a Serra – que, dizem, liga para os editores do jornal no meio da noite para saber as manchetes e os resultados de pesquisa – ou à tendência geral dos números?
Nas próximas horas, saberemos.
Vocês apostam no que?
http://www.rodrigovianna.com.br/

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pensamento de Austin - Filósofo da linguagem

Nestas aulas, vou discutir algumas doutrinas conhecidas (a esta altura talvez nem tanto) acerca da percepção sensível. Receio que não cheguemos ao ponto de decidir da verdade ou falsidade dessas doutrinas; na verdade, porém, essa é uma questão que não pode ser decidida, pois ocorre que todas essas teorias querem abarcar o mundo com as pernas.
(Austin. Quando Dizer é Fazer: Palavras e Ação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990, p. 21)

UNILAB

Que agora venha o concurso para professores!!!

Presidente Lula sanciona criação da Unilab em Redenção - O Povo

A universidade, que vai se instalar em Redenção, terá no primeiro ano 350 alunos, oriundos do Brasil e de outros países de língua portuguesa
20/07/2010 16:14
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na tarde desta terça-feira, 20, em Brasília, lei que cria a Universidade da Integração Internacional Luso-Afro-Brasileira (Unilab).

Estiveram presentes na solenidade o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias, e o Presidente da Comissão de Implantação da Unilab, Paulo Speller. Também acompanharam a sanção o governador Cid Gomes, representantes da bancada federal cearense e o senador Inácio Arruda (PCdoB).

A Unilab se instalará em Redenção, no maciço de Baturité, a 66 quilômetros de Fortaleza. A instituição iniciará suas atividades em sede provisória, que está sendo adaptada no imóvel que sediava a Prefeitura do município, e em outro espaço no qual funcionaria um centro cultural.

A descoberta de cada dia: amar é preciso

A cada instante do dia vamos aprendo a aprender. Tarefa incansável e também adorável. Isso nos faz não desistir de viver, de celebrar a existência, de festajar que vivemos. A cada minuto somos convocados a seguir, mesmo que não achemos muita graça no que vemos. Mas caminhar é preciso, viver é preciso, amar é preciso.

Blog DO Emir, em 20/07/2010

Tem gente que não gosta do Brasil. “O problema do Brasil é que já foi descoberto por estrangeiros”, dizia um parlamentar da ditadura, pilhado pelo Febeapá do Stanislaw Ponte Preta. O avô de um coordenador da campanha do candidato tucano-demista, Juracy Magalhães, primeiro Ministro de Relações Exteriores da ditadura, disse: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Collor gostava de denegrir a indústria brasileira, FHC de dizer que os brasileiros são “preguiçosos”.

No dia em que se decidia a sede das Olimpíadas de 2016, nenhum jornal brasileiro dava destaque ao tema, certamente já tinham seus editoriais prontos para alegar que o governo tinha gasto muito dinheiro para fazer dossiês, promover viagens e que não tinha sido parada para a Chicago de Obama ou para Madri ou Tóquio. No dia seguinte, tinham cadernos especiais dizendo que o Brasil tinha ganho – sem destaques para o desempenho do Lula – e que eram a favor desde o começo.

Tendo perdido essa parada, os corvos não cansam de abastecer os inimigos externos do Brasil sobre o Campeonato Mundial de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Se somam cotidianamente à campanha das entidades internacionais, cujos burocratas tem a função de atazanar os países da periferia do sistema de que seriam incapazes de promover eventos globais como esses. Fizeram isso o tempo todo com a Grécia e as Olimpíadas ali foram um sucesso. Criaram um clima de que o Campeonato Mundial de Futebol na África do Sul seria um desastre e tudo correu muito bem. Agora se volta, como corvos, para o Brasil. Serão 4 ou 6 anos de atazanamento. Depois de nos livrar-nos das missões do FMI, agora teremos os burocratas da FIFA e do COI “controlando” as obras.

Contam com a imprensa quinta coluna brasileira e suas denúncias preventivas sobre má utilização dos recursos, corrupção, atrasos, elefantes brancos que seriam construídos e não utilizados e até mesmo sua repentina preocupação com a miséria brasileira, que deveria primeiro ser superada, para só depois podermos organizar atividades dessa importância. A Federação Inglesa de Futebol já afirmou que está disponível para organizar o Campeonato de 2014, caso confirmassem as previsões agoureiras dos corvos de plantão por aqui.

Incomoda aos corvos, a auto-estima brasileira, como incomodava a alegria dos africanos durante a Copa. Incomoda que um presidente nordestino, torcedor de futebol, tenha passado pra trás seu ídolo querido, o presidente dos EUA e sua elegante senhora, que chegaram no ultimo momento ao local da decisão das Olimpíadas, acreditando que com seu charme e sua prepotência, levariam para sua cidade os Jogos.

Perderam eles lá e os corvos aqui. Perderão nas eleições deste ano e o Brasil organizará, como disse Lula, os jogos mais inesquecíveis da história do esporte, com um povo alegre e solidário.

O problema dos ex, por Marco Coimbra - Na Carta Capital

Poderíamos aprender com os americanos a lidar com os que ocuparam a Presidência da República. Lá eles não incomodam
Um dos problemas brasileiros (certamente não o maior) são nossos ex-presidentes. Vira e mexe, um deles causa algum embaraço. Fala o que não deve, se comporta de maneira inconveniente, dá maus exemplos.
Poderíamos aprender com os americanos a lidar com eles. Lá, faz tempo que não incomodam. Os contribuintes pagam para que não sejam forçados a lutar pela sobrevivência, lhes dão um gordo estipêndio e provêm a todos de amplas condições para que se dediquem a fazer nada.
Ficam à frente de suas fundações, disponíveis para missões humanitárias, participações esporádicas no debate público e, se tiverem aptidão, enriquecer no circuito internacional de palestras e consultorias. Os que terminam bem seus mandatos, como Bill Clinton, continuam a merecer o carinho de todos. Os que não, somem (como o último Bush).
Por aqui, quanta diferença! José Sarney zelava pela liturgia do cargo até no corte de seus jaquetões. Se tivesse o mesmo cuidado com verbas públicas e nomeações depois que saiu do Planalto, ninguém reclamaria dele. Fernando Collor era tão jovem e ficou tão pouco tempo no cargo que era natural que quisesse disputar outras eleições. O que não precisava é que fossem tantas, desde projetos bizarros como a prefeitura de São Paulo, ao de agora, de mais uma tentativa de voltar ao governo de Alagoas. Nessa vontade de permanecer a todo custo na vida política, Itamar Franco se parece com ele. Já foi governador de Minas Gerais e, neste ano, pretende ser senador outra vez, mesmo sabendo que o tempo passa para todos.
Ainda bem que os presidentes-ditadores tiveram a boa educação de morrer. Dá para imaginar o que seria se tivessem a longevidade de um Oscar Niemeyer? Contando todos, inclusive os três da Junta Militar, até seis poderiam estar vivos, dois (Geisel e Figueiredo) provavelmente. Quantas conspirações e articulações não estariam fazendo!
E Fernando Henrique? O mais recente e mais ilustre?
Faz tempo, mas FHC já foi considerado o mais importante cientista social do País. Todos gostavam dele, alguns com a exuberância de Glauber Rocha, que o chamava de “príncipe da sociologia brasileira”. E não era só no Brasil que tinha renome. Era respeitado internacionalmente, autor de livros que marcaram mais de uma geração.
De quem esperar uma atuação notável como ex-presidente senão daquele que mais se distinguira antes de assumir o cargo? Com sua biografia, era natural esperar que estabelecesse o padrão para seus sucessores. Depois dele, todos saberiam o que era ser um ex-presidente da República.
Semana passada, Fernando Henrique publicou mais um artigo, como tem feito com frequência nos últimos meses. É sua maneira de intervir no debate sucessório, pois a campanha Serra vê com preocupação qualquer movimento seu de maior aproximação. Ela já tem problemas de sobra com a administração da imagem negativa do ex-presidente e não quer que o candidato seja ainda mais identificado com ele.
No texto, intitulado “Eleição sem maquiagem”, FHC rea-liza uma proeza de malabarismo intelectual: consegue ser, ao mesmo tempo, um sociólogo que abdicou da sociologia e um ex-presidente que não governou.
Chega a ser fascinante ver como descreve os graves riscos que confrontam hoje o Brasil, aos quais o governo Lula estaria respondendo com uma atitude de otimismo irresponsável: “Tudo grandioso. Fala-se mais do que se faz”. Para ele, “a encenação para a eleição de outubro já está pronta. Como numa fábula, a candidata do governo, bem penteada e rosada, quase uma princesinha nórdica, dirá tudo o que se espera que ela diga, especialmente o que o mercado e os parceiros internacionais querem ouvir”.
O comentário é misógino, pois ele nunca se referiria a questões de aparência se o PT tivesse um homem como candidato (por mais vaidoso e preocupado com a aparência que fosse) e não uma mulher. Seu tom choca quem conheceu o Fernando Henrique soció-logo, sempre progressista.
Mas o mais extraordinário é ver como apagou da memória o que foi seu governo e as duas eleições presidenciais que ganhou. Será que esqueceu de como aconteceu sua primeira vitória, uma avalanche provocada pelo Real- lançado 90 dias antes, naquela que foi a eleição onde fatores não políticos mais interferiram no resultado? Será que não lembra como foi a reeleição, escorada em um câmbio artificialmente mantido pelos “parceiros internacionais”, que estourou três meses depois da apuração dos votos?
É ótimo que proponha eleições sem maquiagem. Mas é impossível levá-lo a sério, enquanto não estiver disposto a enfrentar suas verdades. Como ele mesmo diz: assumir a responsabilidade pelo que fez e deixou de fazer, mais do que falar.

Serra, atrasado no tempo

O PSDB tornou-se o partido orgânico do neoliberalismo no Brasil e responsável pela inserção subordinada do país no mercado internacional. Essa função, inicialmente apenas ideológica e política, tornou-se muito rapidamente também uma função social e econômica, através do entrelaçamento profundo entre os principais quadros do tucanato e os interesses dos diferentes grupos financeiros em ação no Brasil e no exterior. Onde estava Serra que não se opôs a isso? O artigo é de Wladimir Pomar.
Artigo publicado originalmente no Correio da Cidadania

O slogan principal de campanha do candidato Serra é "O Brasil pode mais". Ele aponta, portanto, para a possibilidade de dar continuidade ao governo Lula. Ultimamente, porém, ele elevou o tom de suas críticas ao governo que supostamente diz querer dar continuidade. Por outro lado, como fez em 2002, ele procura se distanciar do governo FHC, ao mesmo tempo em que reafirma que o sucesso do governo Lula se deveu às reformas implantadas durante os oito anos de governo tucano-pefelista.

A que se devem essas contradições do candidato? Para explicá-las, talvez seja necessário voltar um pouco mais no tempo. É preciso relembrar que os anos 1980 foram a década perdida na economia de muitos países. Foi uma década particularmente danosa para a América Latina e o Brasil, onde a economia ficou estagnada, a recessão e o desemprego aumentaram e a miséria alastrou-se.

No final dessa década, a China e os países asiáticos demonstravam que era possível aproveitar a globalização para desenvolver-se econômica e socialmente. Porém, no Brasil e países da América Latina foram adotadas as recomendações do FMI, Banco Mundial e outros organismos financeiros, controlados pelos Estados Unidos e potências européias, segundo as quais era necessário implantar reformas neoliberais para que as economias voltassem a crescer.

Essas reformas incluíam disciplina fiscal e sistema tributário rígidos, taxas de juros elevadas, taxas de câmbio flutuantes, total abertura comercial, abertura completa ao investimento direto estrangeiro, privatização das empresas estatais, desregulamentação econômica e trabalhista e inviolabilidade do direito de propriedade. O Estado deveria ser retirado das atividades produtivas e o mercado deveria ter liberdade total para demonstrar suas potencialidades.

O PSDB, que surgira de um racha do PMDB, aparentemente pela esquerda, sucumbiu a esses argumentos já durante a implantação das reformas neoliberais do governo Collor. E foi o sustentáculo principal de sua continuidade durante o governo Itamar e, em aliança com o antigo PFL, hoje DEM, aplicou-as tenazmente durante os oito anos do governo FHC, iniciados em 1994.

Desse modo, o PSDB tornou-se o partido orgânico do neoliberalismo no Brasil e responsável pela inserção subordinada do país no mercado internacional. Essa função, inicialmente apenas ideológica e política, tornou-se muito rapidamente também uma função social e econômica, através do entrelaçamento profundo entre os principais quadros do tucanato e os interesses dos diferentes grupos financeiros em ação no Brasil e no exterior. Onde estava Serra que não se opôs a isso?

O governo FHC abriu, sem qualquer controle, o mercado nacional à ação predatória das corporações transnacionais. Os investimentos externos voltaram-se exclusivamente para a especulação nas bolsas e para a aquisição de plantas industriais já existentes, muitas das quais foram simplesmente fechadas. A quebra do parque industrial brasileiro, em virtude dessa "abertura", poderia ser considerada crime contra a soberania nacional, se fosse devidamente investigada. Por que Serra não se insurgiu contra isso e mostrou seu pretenso viés nacionalista e desenvolvimentista?

As privatizações do governo tucano-pefelista só não zeraram a participação do Estado na economia porque houve resistência e não houve tempo suficiente para privatizar todas as empresas estatais, ainda sobrando a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Se o tucano-pefelismo houvesse permanecido mais alguns anos no governo, o Estado brasileiro não teria hoje qualquer instrumento econômico para estimular o crescimento e enfrentar as crises sistêmicas do capitalismo. Que se saiba, Serra jamais disse nada contra isso.

O ajuste fiscal tucano-pefelista foi realizado às custas das grandes massas do povo e do crescimento econômico nacional. Sob o argumento neoliberal de que crescimento causa inflação, a estagnação econômica dos anos 1980 prolongou-se durante os anos 1990, com profundas repercussões no alastramento da miséria e nas condições de vida da maior parte da população. Desemprego e precarização do trabalho foram realidades perniciosas causadas pelas políticas econômicas e sociais da era FHC. Jamais se viu Serra insurgindo-se contra elas.

Embora o tucanato tenha assumido o governo pretensamente para impor um caminho que retomasse o crescimento e distribuísse renda, na prática fez o contrário. Procurou reorganizar o capitalismo brasileiro através da desorganização do tripé que havia permitido seu crescimento histórico. Buscou liquidar seu esteio estatal, enfraquecer seu esteio privado nacional e estimular o total predomínio do esteio privado estrangeiro, em especial de seu setor financeiro. Por que Serra nada disse a respeito?

Paralelamente a isso, o tucano-pefelismo introduziu alterações constitucionais que impediam o Estado de ser o principal indutor da economia e o transformavam num simples regulador. Supostamente, ao mercado caberia o papel de inserir o Brasil, de forma competitiva, no mercado internacional. Na verdade, à medida que as corporações transnacionais assumiram o controle dos setores estratégicos da economia brasileira, como energia, telecomunicações, mineração e finanças, elas dominaram o mercado nacional. Nessas condições, o país se tornou subordinado e refém delas, num mercado mundial em que elas também predominavam. Por que o tucano Serra se calou diante disso?

As reações a esse processo passaram a ser qualificadas como coisas de "bobos" e "reacionários". Ao mesmo tempo, os tucano-pefelistas envidaram esforços para criminalizar os movimentos sociais e as forças políticas que se opunham ao desmonte econômico do parque produtivo nacional e ao desmonte do Estado. Também aqui não se tem notícia de qualquer manifestação democrática do demo-democrata Serra.

Apesar de tudo, os resultados reais do desastre a que o país estava sendo levado começaram a ficar evidentes durante a crise econômica e financeira de 1997 a 1999. Em 1998, para reeleger-se e continuar seu caminho por mais quatro anos, o tucanato teve que contar com a ajuda do empréstimo ponte do FMI, que evitou uma moratória desmoralizante em plena campanha eleitoral. Serra não piou nem chiou.

No início dos anos 2000 já se tornara evidente para a maior parte da população brasileira que o governo tucano-pefelista fora um engodo mais danoso do que o de Collor. Deu-se conta de que o Brasil perdera as possibilidades de crescimento dos anos 1990. As reformas de FHC criaram um país economicamente devastado, com sua infra-estrutura sucateada e seu comércio internacional deficitário. Por que Serra, ao invés de dissociar-se do desastre e expor suas pretensas opiniões desenvolvimentistas, manteve-se fiel ao figurino neoliberal?

Apesar de todo esse histórico, Serra procura impingir a idéia de que o sucesso do governo Lula na política econômica se deve às ações do governo FHC. E virou crítico das lacunas da infra-estrutura, dos juros altos, dos atrasos na saúde, dos problemas na segurança pública e do atual processo de crescimento. Está pelo menos 12 anos atrasado. Deveria ter feito isso, na pior das hipóteses, a partir de 1998.

(*) Wladimir Pomar é escritor e analista político.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Caros Amigos de julho nas bancas nesta semana

 
Informo que a edição de julho da revista Caros Amigos estará nas bancas nos próximos dias. Mais uma vez oferecemos aos leitores um material jornalístico de qualidade e da maior relevância social, política e cultural.
Temos uma entrevista exclusiva com Frei Betto, que é antigo colaborador da revista e que tem uma longa e rica trajetória de militância, desde os anos 60, na JEC e JUC, nas lutas contra a ditadura, no movimento sindical do ABC, na construção do PT e mais recentemente no governo Lula, na condição de coordenador do programa Fome Zero. Ele fala de sua vida, dos seus livros, porque deixou o governo, e analisa a atual conjuntura econômica e política do País. Imperdível.
Temos também excelentes reportagens: uma delas, sobre a praga do Trabalho Escravo, que é adotado tanto pelos setores mais atrasados como pelos setores mais adiantados do capitalismo, está no desmatamento da Floresta Amazônica, nas fazendas dos “heróicos” usineiros da cana e do etanol, no meio do operariado urbano, nas confecções de várias grifes famosas. O Ministério Público denuncia várias redes de lojas que compram produtos feitos por trabalhadores escravizados. Mostramos porque essa prática nefasta ainda não foi erradicada no Brasil, quais são os interesses econômicos e políticos que sustentam o trabalho escravo.
Outra reportagem – especialmente dirigida para os jovens que estão para concluir o ensino médio este ano e para todos aqueles que desejam ingressar no ensino superior – aborda a filosofia e o funcionamento dos cursinhos populares pré-vestibular, geralmente constituídos por grupos de professores, educadores e movimentos sociais comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Conheça os cursinhos populares e suas propostas de trabalho.
Voltamos ao tema do lixo nuclear: agora a reportagem da Caros Amigos mostra a situação precária das antigas instalações de extração e processamento de urânio no município de Caldas, sul de Minas Gerais, onde existem indícios de contaminação dos cursos de água que abastecem Poços de Caldas e outras cidades. A incidência de câncer aumenta naquela região. E o governo continua indeciso sobre o que fazer com o lixo radioativo. Até quando?
A reportagem da revista entrevistou os antropólogos Karina Biondi e Adalton Marques sobre o estudo deles a respeito dos valores, o funcionamento e o poder do Primeiro Comando da Capital (PCC), que é uma organização com forte influência nos presídios de São Paulo e de outros estados. Um material revelador e instigante.
Ainda nesta edição, temos outras reportagens interessantes: uma sobre o teatro popular organizado pelos moradores da comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, que tem empolgado o público pela qualidade das apresentações; outra sobre as várias correntes que defendem o parto natural, com métodos diferentes, e que não aceitam mais a onda da cesariana fomentada pelos convênios médicos; e uma terceira matéria sobre a urgência da mudança na lei dos direitos autorais, que tem sido limitadora do acesso aos bens intelectuais e culturais da humanidade.
Enfim, uma edição com conteúdo da maior seriedade, um trabalho jornalístico diferenciado de todas as revistas feitas no Brasil. Vale a pena ler.
Abraços.
Hamilton Octavio de Souza – Editor

ENEM

http://opovo.uol.com.br/app/cidades/2010/07/19/int_cidades,2021798/cinco-das-10-melhores-escolas-cearenses-de-ensino-medio-sao-de-fortaleza.shtmlAs nossas escolas do Ceará no ENEM.

A América que não está na mídia

A América que não está na mídia

publicada segunda-feira, 19/07/2010 às 16:01 e atualizada segunda-feira, 19/07/2010 às 16:01
Por Marcelo Salles
O diplomata carioca Celso França, 45 anos, foi o coordenador, pelo Itamaraty, do último encontro da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal), realizado em Brasília entre o final de maio e o início de junho desse ano. Na ocasião, a atuação regional do Brasil na região teve amplo destaque. De acordo com a secretária-executiva do Cepal, a liderança do presidente Lula “tem sido uma inspiração para nossa instituição” – uma realidade raramente reconhecida pelas corporações de mídia.
“É motivo de orgulho para a diplomacia brasileira observar os resultados positivos da opção pela cooperação Sul-Sul”, afirma Celso França. “Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, as exportações para a América Latina e o Caribe aumentaram 42,8% só no primeiro semestre de 2010, colocando a região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros”, complementa o diplomata.
Nesta entrevista exclusiva, Celso também fala sobre a crise financeira global e as alternativas desenvolvidas pelo Brasil, como a maior presença do Estado na economia – o que era impensável pelo pensamento do “Consenso de Washington”. O diplomata também comenta a nova configuração internacional. “As grandes potências reconhecem o novo papel dos BRICs [Brasil, Rússia, Índia e China] na economia mundial”, afirma. E o grande diferencial positivo nessa história é a inclusão social que vem sendo implementada a partir do fortalecimento dos mercados internos, como disse o presidente Lula durante a reunião da Cepal: “O motor dessa integração são os setores excluídos”. Assim, forma-se um círculo virtuoso, segundo Celso: “Fortalecidos, os mercados internos facilitam uma maior integração”.
Segue a entrevista.
Qual o significado político do último encontro da Cepal, realizado em Brasília no início junho?
Foi curioso abrigar a Cepal em Brasília, justamente no cinqüentenário da capital federal. Pudemos contrastar as imagens de JK em 1960, exibidas na TV amiúde, com a reunião da Cepal em 2010. Foi como retomar, 50 anos mais tarde, um sonho antigo, que se viu interrompido, primeiro, pelo regime militar de 1964 do Estado autoritário e, depois, pelas reformas liberalizantes do Estado mínimo.
Ao acolher a Cepal, o governo brasileiro demonstra apoio às teses cepalinas do fortalecimento do Estado, com redistribuição de renda e participação democrática da sociedade civil. Não só no Brasil, mas em vários outros países da região o contexto atual indica uma diminuição considerável da desigualdade social, ao lado do aprofundamento do processo de inclusão política dos segmentos mais vulneráveis da população.

A secretária-executiva do Cepal, Alicia Bárcena, disse que a liderança do presidente Lula “tem sido uma inspiração para nossa instituição”. Como você avalia esse reconhecimento?

Em seu discurso de abertura, Bárcena lembrou que o Brasil foi escolhido para sediar este Período de Sessões da Cepal em função das várias iniciativas do governo Lula em favor da integração regional. Citou, nominalmente, a Cúpula do Sauípe, quando líderes da América Latina e do Caribe reuniram-se para tratar das experiências comuns à região, sem o receituário tradicional das grandes potências. É motivo de orgulho para a diplomacia brasileira observar os resultados positivos da opção pela cooperação Sul-Sul.

O Brasil firmou convênio com a Cepal para a formação de gestores em Ciência e Tecnologia. Como isso vai funcionar? Qual o objetivo com essa iniciativa?

É verdade. Durante o encontro, foi firmado um Memorando de Entendimento entre o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Cepal, cujo objetivo central é o fomento da política industrial na região, a partir de instrumentos e “boas práticas” adotados pelo governo brasileiro na área de inovação.
Vale lembrar que durante o período que se convencionou chamar de “Consenso de Washington”, a própria noção de uma “política industrial”, induzida pelo Estado, era considerada um anátema, uma ideia datada, “coisa dos tempos de JK, ou da Era Vargas”… Diziam que uma política industrial conduzida pelo Estado agravaria o problema do “crony capitalism”, que seria o clientelismo político levado ao campo do financiamento da indústria, de forma permissiva e ineficiente. Hoje, a Cepal vai avaliar a viabilidade dos instrumentos nacionais de política industrial e de inovação em outros países da região, um claro sinal de mudança de percepção.
O presidente Lula afirmou que hoje existe uma nova forma de integração, que busca criar um mundo multipolar e sem confrontos. “O motor dessa integração são os setores excluídos”, disse o presidente. Como você analisa essa questão?
No plano interno, as políticas públicas de combate à pobreza forjaram o surgimento de uma nova classe média, expressiva em tamanho. Esse segmento – outrora “excluído” – foi incorporado ao mercado de consumo interno nos últimos anos, o que possibilitou a rápida retomada do crescimento econômico depois de um choque provocado pela crise financeira global (falência do Lehman Brothers em 2008). No Brasil, de fato, a crise estava mais para “marolinha” do que para “tsunami”, sobretudo quando comparamos o Brasil com alguns casos europeus.
Os estudos da Cepal revelam que não só no Brasil, mas em outros países da região os últimos anos registraram significativa inclusão social dos mais pobres. Esses novos consumidores formam um mercado expressivo, que passa a ser o motor da integração.
No plano internacional, acontece algo semelhante. A rápida retomada do crescimento nas economias emergentes contribuiu para a superação do pior momento da crise econômica global. As grandes potências reconhecem o novo papel dos BRICs [Brasil, Rússia, Índia e China] na economia mundial. O G20 Financeiro – que se reuniu recentemente em Toronto – é retrato dessa realidade, suplantando o antigo G7 na conformação da governança global. Brasil, México e Argentina são os países da América Latina e Caribe no G20.
Entretanto, é preciso lembrar que, se por um lado os emergentes contribuem para corrigir algumas assimetrias estruturais no sistema internacional, por outro lado temos inúmeras tarefas pela frente, na reforma do FMI, na questão da mudança do clima, transferência de tecnologia, metas do milênio. Felizmente, esses desafios globais, que exigem ampla coordenação entre os governos, serão tratados em um contexto mais democrático, onde a voz dos países em desenvolvimento tem maior repercussão.
Durante o encontro, o assessor especial Marco Aurélio Garcia disse que a política externa brasileira favorece a criação de um grande mercado regional. È possível quantificar essa afirmação em números? O que os brasileiros ganham com essa política externa?
Primeiro, é preciso lembrar que a integração regional só é viável quando cada governo da região passa a fazer seu dever de casa na área de inclusão social. Fortalecidos, os mercados internos facilitam uma maior integração.
A política externa brasileira entra para viabilizar grandes obras de infraestrutura, a chamada integração física da região. Essas obras se justificam porque surgiu um enorme mercado regional, estimado em cerca de 350 milhões de consumidores. O adensamento do comércio exterior brasileiro com países em desenvolvimento é muito expressivo. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, as exportações para a América Latina e Caribe aumentaram em 42,8%, só no primeiro semestre de 2010, colocando a região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros. O caso do continente africano é igualmente significativo: basta ver os resultados da recente visita do Presidente Lula aos países da África Ocidental durante a Copa do Mundo.
Ganham os brasileiros porque são gerados novos empregos nas empresas exportadoras, nas firmas especializadas em logística, nas entidades de pesquisa em tecnologia. Ganhamos todos com os nossos vizinhos mais prósperos e estáveis. E, em última instância, ganham todos os que desejam uma ordem internacional mais justa e democrática.
Marcelo Salles, jornalista, é colaborador do jornal Fazendo Media e da revista Caros Amigos, da qual foi correspondente em La Paz entre 2008 e 2009. No twitter, é @MarceloSallesJ

Toda a estupidez da mídia americana, em breve flagrante


sábado, 17 de julho de 2010

O DEM quer detonar a Telebrás


16 de Julho de 2010 – 15h46
DEM quer impedir que Telebrás explore serviço de banda larga
O DEM quer impedir que o governo federal execute o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) por meio da empresa estatal Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás). O partido ajuizou nesta quinta-feira (15), no Supremo Tribunal Federal (STF), ação em que contesta o propósito do Poder Executivo de implementar diretamente os serviços de telecomunicações. O PNBL é avaliado como grande incentivo a favor da inclusão digital.
Na ação, o partido pede, em caráter liminar, até o julgamento de mérito da ação, a suspensão da eficácia dos artigos da Lei que criou a Telebrás e dos artigos do Decreto editado pelo presidente Lula em 12 de maio último que ampliou os poderes da empresa para implementar o PNBL.
O PNBL é visto por especialistas do setor como o maior incentivo que já se promoveu no Brasil a favor da inclusão digital. Passados mais de 10 anos da privatização da telefonia no país, o acesso à internet rápida ainda é um privilégio. O alto custo da banda larga é um dos fatores para o atraso brasileiro.
Dos 58 milhões de domicílios existentes no Brasil, 79% não tem acesso à internet (46 milhões), segundo Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008, do IBGE. O gasto médio com internet rápida representa 4,58% da renda mensal per capita no Brasil enquanto nos países desenvolvidos, essa mesma relação fica em torno de 0,5%, ou seja, o brasileiro gasta proporcionalmente quase dez vezes mais para ter acesso à internet rápida.
Ou seja, em pleno século 21, o principal fluxo de informações e conhecimentos à disposição da humanidade está, no Brasil, fora do alcance da grande maioria da população. Daí a importância dos investimentos governamentais no setor, já que está mais do que provado que a iniciativa privada não tem interesse em investir na inclusão digital.
Em defesa do mercado
O DEM, que defende a iniciativa privada, sustenta que os dispositivos impugnados ofendem os princípios gerais da ordem econômica, fundada nos valores da livre iniciativa, da livre concorrência e da conformação legal da participação do Estado na economia.
O DEM alega que a Emenda Constitucional de 1995, do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “aboliu a exigência de que a exploração de serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de telecomunicações se desse diretamente pela União, ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal”.
O Democratas lembra ainda a Lei de 1997, também da era FHC, que estabeleceu o marco regulatório da prestação de serviços de telecomunicações em dois regimes jurídicos: um público, em que insere obrigatoriamente o serviço telefônico fixo destinado ao uso do público em geral, prestado mediante concessão ou permissão, com obrigações de universalização e de continuidade; e um privado, prestado após obtenção de autorização.
Foi essa mesma lei que autorizou o Poder Executivo a proceder à privatização da Telebrás e de suas subsidiárias, retirando o Estado da posição de prestador de serviços de telecomunicações. Em 1998, na esteira do processo neoliberal de privatização, foi editado o decreto 2.546 que serviu de base para a posterior desestatização do setor.
Assim, conforme o DEM, o setor de telecomunicações no Brasil “encontra-se desenhado para que empresas privadas realizem, sob regulação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a prestação dos serviços em regime público ou privado, sempre mediante uma das formas de delegação previstas, como a concessão, a permissão ou a autorização”. E, sustenta, a presença da Telebrás é incompatível com esse regime, “desenhado para instrumentar um mercado regulado e competitivo”.
De Brasília
Com informações do STF

Venício Lima: A velha mídia finge que o país não mudou

A velha mídia finge que o país não mudou
Venício Lima*, no Observatório de Imprensa
Apesar de não haver consenso entre aqueles que estudaram o processo eleitoral de 1989 – as primeiras eleições diretas para presidente da República depois dos longos anos de regime autoritário –, é inegável que a grande mídia, sobretudo a televisão, desempenhou um papel por muitos considerado decisivo na eleição de Fernando Collor de Mello. O jovem e, até então, desconhecido governador de Alagoas emergiu no cenário político nacional como o “caçador de marajás” e contou com o apoio explícito, sobretudo, da Editora Abril e das Organizações Globo.
No final da década de 80 do século passado, o poder da grande mídia na construção daquilo que chamei de CR-P, cenário de representação da política, era formidável. A mídia tinha condições de construir um “cenário” – no jornalismo e no entretenimento – onde a política e os políticos eram representados e qualquer candidato que não se ajustasse ao CR-P dominante corria grande risco de perder as eleições. Existiam, por óbvio, CR-Ps alternativos, mas as condições de competição no “mercado” das representações simbólicas eram totalmente assimétricas.
Foi o que ocorreu, primeiro com Brizola e, depois, com Lula. Collor, ao contrário, foi ele próprio se tornando uma figura pública e projetando uma imagem nacional “ajustada” ao CR-P dominante que, por sua vez, era construído na grande mídia paralelamente a uma maciça e inteligente campanha de marketing político, com o objetivo de garantir sua vitória eleitoral [cf. Mídia: teoria e política, Perseu Abramo, 2ª. edição, 1ª. reimpressão, 2007].
2010 não é 1989
Em 2010 o país é outro, os níveis de escolaridade e renda da população são outros e, sobretudo, cerca de 65 milhões de brasileiros têm acesso à internet. A grande mídia, claro, continua a construir seu CR-P, mas ele não tem mais a dominância que alcançava 20 anos atrás. Hoje existe uma incipiente, mas sólida, mídia alternativa que se expressa, não só, mas sobretudo, na internet. E – mais importante – o eleitor brasileiro de 2010 é muito diferente daquele de 1989, que buscava informação política quase que exclusivamente na televisão.
Apesar de tudo isso, a velha mídia finge que o país não mudou.
O CR-P do pós-Lula
Instigante artigo publicado na Carta Maior por João Sicsú, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA e professor do Instituto de Economia da UFRJ, embora não seja este seu principal foco, chama a atenção para a tentativa da grande mídia de construir, no processo eleitoral de 2010, um CR-P que pode ser chamado de “pós-Lula”.
Ele parte da constatação de que dois projetos para o Brasil estiveram em disputa nos últimos 20 anos: o estagnacionista, que acentuou vulnerabilidades sociais e econômicas, aplicado no período 1995-2002, e o desenvolvimentista redistributivista, em andamento. Segundo Sicsú, há líderes, aliados e bases sociais que expressam essa disputa. “De um lado, estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniões conservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações”.
O que está em disputa nas eleições deste ano, portanto, são projetos já testados, que significam continuidade ou mudança. Este seria o verdadeiro CR-P da disputa eleitoral para presidente da República.
A grande mídia, no entanto, tenta construir um CR-P do “pós-Lula”. Nele, “o que estaria aberto para a escolha seria apenas o nome do ‘administrador do condomínio Brasil’. Seria como se o ‘ônibus Brasil’ tivesse trajeto conhecido, mas seria preciso saber apenas quem seria o melhor, mais eficiente, ‘motorista’. No CR-P pós-Lula, o presidente Lula governou, acertou e errou. Mas o mais importante seria que o governo acabou e o presidente Lula não é candidato. Agora, estaríamos caminhando para uma nova fase em que não há sentido estabelecer comparações e posições (…); não caberia avaliar o governo Lula comparando-o com os seus antecessores e, também, nenhum candidato deveria (ser de) oposição ou situação (…); projetos aplicados e testados se tornam abstrações e o suposto preparo dos candidatos para ocupar o cargo de presidente se transforma em critério objetivo”.
Sicsú comenta que a tentativa da grande mídia de construir esse CR-P se revela, dentre outras, na maneira como os principais candidatos à Presidência são tratados na cobertura política. Diz ele: “a candidata Dilma é apresentada como: ‘a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata à Presidência’. Ou ‘a candidata do PT Dilma Rousseff’. Jamais (…) Dilma (é apresentada) como a candidata do governo (…)”. Por outro lado, “Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, mas sim como candidatos dos seus respectivos partidos políticos. Curioso é que esses mesmos veículos de comunicação, quando tratam, por exemplo, das eleições na Colômbia, se referem a candidatos do governo e da oposição”.
Novos tempos
Muita água ainda vai rolar antes do dia das eleições. Sempre haverá uma importante margem de imprevisibilidade em qualquer processo eleitoral. Se levarmos em conta, no entanto, o que aconteceu nas eleições de 2006, o poder que a grande mídia tradicional tem hoje de construir um CR-P dominante não chega nem perto daquele que teve há 20 anos. E, claro, um tal CR-P não significaria a eleição garantida de nenhum candidato (a).
O país realmente mudou. A velha mídia, todavia, insiste em “fazer de conta” que tudo continua como antes e seu poder permanece o mesmo de 1989. Aparentemente, ainda não se convenceu de que os tempos são outros.
*Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saramago, Meu Leitor e a Escrita

Caro leitor, Saramago foi o motivador de minha reflexão que agora farei. Iria postar o seguinte: "Me despeço hj com as palavras deliciosas desse homem divino-humano que é o Saramago." Só que no mesmo instante parei e percebi que ainda não havia leitores do meu blogue, pois há poucos dias comecei a escrever nesse blogue, ou seja, blogo faz pouco tempo, logo não tenho leitores. Por um momento fiquei triste, e matutei: pra que se referir a leitor? Aí não tive resposta. Mas com o desenvolvimento desse texto, me veio a mente o texto que irei pôr de Saramago. Não vou escrever só pra que me leiam e me gostem. Escreverei, sobretudo, pra me compreender, e me compreendendo acho que posso compreender o outro e o que está a minha volta. Escrever é fazer nascer aquilo que jamais pensámos que existia.

Ler para compreender

Por Fundação José Saramago
No princípio respondia que escrevia para ser querido. Imediatamente esta resposta pareceu-me insuficiente e decidi que escrevia porque não gostava da ideia de ter que morrer. Agora digo, e talvez isto esteja certo, que, no fundo, escrevo para compreender.
La Vanguardia de Barcelona, 1 de Setembro de 1997

Frases prontas

Por um tempo gostei delas, hj em dia fico com a orelha atrás do pé. Bom, é assim no momento. Mas tem pensamento que nos provoca um rebuliço:
"Mas não subiu para as estrelas,
se à terra pertencia"
(Saramago - Memorial do Convento)

Blog

Todo mundo um dia terá um blog. Escrever não será mais opressão das mínimas 20 linhas do vestibular, quando muitos perceberem a escrita como um ato performativo, no sentido Austiano, ou seja, como ação, muitos palavras adormecidas emergirão com força máxima e gritarão para o mundo interiro ler/ouvir que as palavras  não têm dono, que a palavra é o pão mais comum partilhado na mesa de nossos teclados.
E se você ainda não tem um blog, não perca tempo. Crie já o seu.
Bora bloguear???

Abertas as inscrições do 1º Encontro de Blogueiros Progressistas

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/abertas-as-inscricoes-do-1%C2%BA-encontro-de-blogueiros-progressistas.html

Lula rebate “O Globo”, que quer fechar a Petrobras - Do blog do Planalto

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/lula-rebate-o-globo-que-quer-fechar-a-petrobras.html

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um novo olhar

Somos desafiados, a cada dia, a exercitar o nosso olhar

Pessoas, objetos, coisas em geral
Desfazer, Refazer, Fazer, ...
Prática constante é esta nossa: enxergar diferente.
Obra em eterna manutenção: NÓS!!!
O que fazer? Não parar.
Proseguir, e com ajuda de Deus
Tudo se encaminha
As águas se encontram
O Rio flui, como diz Bandeira
E as coisas se arrumam
Estamos em busca da nossa morada...

CPMI do MST não encontrou irregularidades

http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/cpmi-do-mst-nao-encontrou-irregularidades.html

Fátima Oliveira: A lei “acariciou a onipotência” do goleiro Bruno

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-oliveira-a-lei-acariciou-a-onipotencia-do-goleiro-bruno.html

Globo e Galvão: tudo a não ver e a não ouvir

Halleluya 2010

Com o tema "A força que faz viver", a Comunidade Católica Shalom convida a todos para o Halleluya 2010. Presenças confirmadas de Pe. Fábio de Melo, Adriana, Batista Lima, Suely Façanha, dentre outros artistas da música católica. O evento acontecerá no Condomínio Espiritual Uirapuru nos dias 21 a 25. Compareça!!!

Sítios interessantes

Seguem abaixo vários sítios interessantes. Boa leitura!!!
http://www.viomundo.com.br/
http://www.conversaafiada.com.br/
http://www.rodrigovianna.com.br/
http://carosamigos.terra.com.br/
http://www.adital.com.br/
http://www.advivo.com.br/luisnassif
http://www.cartamaior.com.br/

Mídia de massa

O papel da mídia na contemporaneidade é essencial. Só que algumas instituições, com o tempo e o apoio de alguns políticos, se apoderaram dos meios populares de comunicação, dentre eles tv, rádio, jornal impresso. Todo dia somos (in)formados pelos jornalões de plantão, no entanto não devemos nos limitar aos noticiários que chegam até nós, por isso é que postarei e replicarei notícias de sitios e blogs não tão conhecido por muitos.
Desejo a todos boa leitura e também indicação destas.

Escrever: um parto a cada letra escrita.

Estreio no meu blog no intuito de partilhar reflexões, notícias, boas novas, alegrias...
Sei o quanto é dolorido a escritura, mas no exercício diário encontramos o prazer em trocar ideias, e melhor, difundir coisas boas, promover um novo olhar para as coisas já tão batidas no cotidiano.
Um novo olhar...