terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mr. Teixeira e Globo dão o Brasileirinho ao Corinthians


Mr Teixeira, Sanchez ... só falta o Galvão

Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
Duas rodadas antes de acabar o Brasileirinho da Globo, sai a notícia sobre quem passa a mandar na CBF e, portanto, no Brasilerinho e nas duas rodadas que faltam:

Saiu na capa de seção de Esportes do Globo:

“Começou a sucessão”.

“Ricardo Teixeira nomeia Andrés Sanchez diretor de seleções da CBF e presidente do Corinthians surge como nome mais forte para assumir o comando da entidade em 2015.”

Navalha
Vamos ver como se sairão os juízes nos dois últimos jogos do Brasileirinho.
Vamos ver quem quer ser juiz brasileiro na FIFA.
Como se sabe, Mr. Teixeira tem agora a Justiça da Suíça e brasileira em seu encalço.
O PRB, sob a presidência de Marcos Pereira, entrou no Ministério Público para destronar o Mr. Teixeira da Comissão brasileira que organiza a Copa.
Tem muito dinheiro público envolvido, pondera, sensatamente, o Marcos.
Por que não fazer como a França e a Alemanha que, em lugar de um Mr. Teixeira, nomearam Platini e Beckenbauer ?
O que a PF e o MPF têm a ver com essa nomeação antecipada do Sanchez ?
Mistério profundo.
Agora, uma coisa é certa.
A Globo deve estar muito feliz.
O que é melhor para a Globo ?, amigo navegante ?
Um Corinthans campeão, ou o Vasco e o Fluminense ?
Golpe de mestre !
(O Sanchez é aquele que chama a Globo de conjunto de gangsters. Clique aqui para ver. Eles se amam !)
Viva o Brasil !





Inácio Arruda: “não há democracia na mídia”




Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
No programa Entrevista Record desta terça-feira, às 22h15, depois do programa do Heródoto Barbeiro, o senador Inácio Arruda, do PC do B do Ceará, disse que não há democracia na mídia nacional e local.

O senador foi o único a tratar da Ley de Medios, na sabatina do Ministro Carlos Lupi, no Senado.

Ele considera que um novo marco regulatório tem que ter um rumo: promover a Democracia. 

A Confecom já deu as linhas principais de um novo marco.

O projeto do Ministro Franklin Martins pode ser o ponto de partida, disse Arruda.

Porém, ele lembra que é preciso o Governo ir ao Congresso lutar pelo novo marco.

O Congresso, sozinho, não fará isso.

Quando o Ministro Adib Jatene, do Governo FHC, quis a CPMF, ele bateu em todas as portas do Congresso para conseguir dinheiro para a Saúde – lembrou Arruda.

O que falta para o Governo Dilma tomar a iniciativa ?

Não falta nada. 

Já passou da hora, ele disse.

A partida já está dada, segundo Arruda.

E a Presidenta Dilma e o Ministro Bernardo não podem se eximir desta responsabilidade.

Clique aqui para ler sobre o seminário do PT em torno de uma Ley de Medios: “PT é governo e governo governa”

Memória: Globo e Collor contra Lula, tudo a ver


collorelula1 Memória: Globo e Collor contra Lula, tudo a ver
(Imagem: Reprodução)

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho
O problema de ficar velho nesta profissão de jornalista é que a gente viu, ouviu e viveu as coisas de perto, testemunha ocular e auricular.
Sempre que ressurge no noticiário uma história de 20, 30, 40 anos atrás, pedem-me para escrever sobre o evento. Estudantes frequentemente me procuram para contar como aconteceram variados episódios da vida brasileira no último meio século.
De vez em quando, a memória falha, mas tem certas passagens que testemunhei e nunca vou esquecer. Uma delas, certamente, foi o que aconteceu no debate decisivo entre Collor e Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 1989.
Eu era assessor de imprensa do então candidato Lula e participava das reuniões com as emissoras e representantes dos adversários para definir o formato dos debates na televisão junto com algum dirigente do PT ou outro membro da campanha.
Na última reunião para o segundo debate, na TV Bandeirantes, em São Paulo, fui sozinho no meu carro para a emissora porque morava lá perto. Cheguei cedo e me surpreendi quando vi Cláudio Humberto, o assessor de imprensa de Collor, entrando na sala junto com Alberico Souza Cruz, da TV Globo, promovido a diretor de jornalismo após a campanha..
Até brinquei com eles _ "estou f...." _, mas me garantiram que tudo não passara de uma coincidência. Os dois pegaram por acaso o mesmo vôo no Rio para São Paulo.
Por acaso também, certamente, os dois tinham as mesmas propostas para o debate e eu me senti meio isolado na discussão.
Lembrei-me na manhã desta terça-feira de novembro de 2011 do que aconteceu naquela tarde do final de 1989 ao ler na "Folha" o título da página A11: "Ex-executivo da Globo mentiu sobre debate, diz Collor".
A polêmica surgiu após uma entrevista concedida no sábado à Globo News por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, manda-chuva da Globo na época, que agora está lançando seu livro de memórias.
Nesta entrevista, Boni contou como a principal rede de televisão do país ajudou o candidato Fernando Collor de Mello na preparação para o debate decisivo.
"Nós fomos procurados pela assessoria do Collor", revelou Boni, ao contar que recebeu ordens de Miguel Pires Gonçalves, então superintendente da Globo, para que "desse alguns palpites" na preparação do candidato do PRN.
Boni contou mais: "Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco".
Principal executivo da Rede Globo na época, Boni afirmou na entrevista que "todo aquele material foi produzido, na parte formal", cabendo a Collor "o conteúdo".
Collor, ao seu estilo deixa que eu chuto, negou tudo: "Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato era direto com o doutor Roberto (Roberto Marinho, dono da emissora). Nunca tirei a gravata nos debates. Mentira. Suor: nem natural nem aspergido pelo Boni. Glicerina: mais uma viajada na maionese. Pastas vazias: ao contrário, cheias de papéis, números da economia, que sequer utilizei. Em resumo, o Boni despirocou".
O que de fato aconteceu do outro lado da disputa presidencial, só os dois podem dizer. Da minha parte, só sei que Collor sofreu uma derrota acachapante, como se diz no futebol, no primeiro debate, na TV Manchete, no Rio, e resolveu partir para o tudo ou nada no segundo.
Furioso, demitiu quase toda sua equipe de campanha naquela mesma noite ao voltar para o hotel. Chamou seu irmão Leopoldo Collor de Mello, ex-executivo da Rede Globo, para comandar a mudança, contratou novos marqueteiros, gastou o que tinha e o que não tinha, dinheiro não era problema.
Levou os últimos dias da campanha para a sarjeta e assim surgiu garboso e desafiante no palco do segundo debate. Estava de gravata e carregava um monte de pastas.
Também escrevi um livro de memórias para me ajudar nestas horas ("Do Golpe ao Planalto _ Uma vida de Repórter", Companhia das Letras, 2006) e foi de lá que tirei o texto transcrito abaixo sobre o que vi acontecer naquela noite:

Chovia forte em São Bernanrdo do Campo, e estava em cima da hora para irmos à TV Bandeirantes, no Morumbi. Lula já se encontrava no carro com Marisa quando Marcos, o filho mais velho, veio avisar que ligaram de Brasília informando que Collor levaria algumas pastas amarelas para o debate, com novas acusações contra ele no campo pessoal. No estúdio, Lula seguiu para o seu púlpito, sem sequer olhar para o oponente.
Mas, em vez de partir para o ataque, quando Boris Casoy lhe fez a primeira pergunta _ sobre a queda do Muro de Berlim, poucas semanas antes _, ele entrou direto na resposta. Com as mangas compridas do paletó escuro cobrindo-lhe até a metade das mãos, dispersivo, Lula em nada lembrava o candidato combativo da campanha.
Quando o debate terminou, eu o aguardava no corredor que liga os estúdios à sala reservada aos candidatos. Ele me deu um tapa nas costas e balançou a cabeça: "Perdemos a eleição. Eu me sinto como um lutador sonado".
Já de madrugada, fomos jantar em sua casa, mas a comida ficou esfriando na mesa. Nas 48 horas seguintes, Lula ainda seria obrigado a enfrentar toda espécie de boatos difundidos pela imprensa marrom e no boca a boca. Caso vencesse a eleição, diziam, fecharia os templos não católicos, tomaria casas, barracos, carros, televisões, bicicletas e até galinhas de quem tivesse duas para dividir com os mais pobres.
(...) Sábio Frei Chico, o irmão mais velho de Lula que o levou para o sindicalismo. Homem de boa paz e comunista, ele foi buscar lá nas origens da família as explicações para a implosão do candidato no final da campanha, especialmente no último debate: "Lá em Pernambuco, quando alguém ofende a família, o sertanejo só tem dois tipos de reação: ou mata o desafeto ou fica magoado. Lula ficou magoado...".
Deu para perceber isso na edição do debate que foi ao ar no telejornal Hoje, da TV Globo, na hora do almoço do dia seguinte. Lula não estava bem, perdeu. Mas o que se viu à noite, no Jornal Nacional, da mesma emissora, foi o resumo de outro debate. Editaram só os melhores momentos de Collor e os piores de Lula. O resultado do jogo, que tinha sido 2 X 1 na edição do Hoje, transformou-se magicamente em 10 X 0. Empolgados, os seguidores de Collor, quietinhos até então, saíram às ruas com bandeiras para comemorar.

A história pode ser reescrita de várias formas, mas os fatos não podem ser reinventados. 

Regulação da mídia: de volta ao passado


Para muitos de nós que participamos dos movimentos civis a favor da democratização das comunicações antes mesmo do processo Constituinte, retornar aos temas anteriores à Constituição de 1988 tem um desconfortável sentimento de déjà vu.

O ministro Paulo Bernardo, em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTC&I) da Câmara dos Deputados, realizada no dia 6 de março de 2011, afirmou que o projeto para um marco regulatório das comunicações "se centrará em modernizar a legislação defasada e regulamentar os artigos da Constituição que tratam da comunicação" [ver aqui matéria da Agência Câmara].

A lembrança da afirmação do ministro das Comunicações, oito meses atrás, vem a propósito de proposta que está sendo feita pelo ex-ministro da SECOM-PR, Franklin Martins. Em seminário promovido pela AJURIS, em Porto Alegre [3 de novembro] e no seminário do Partido dos Trabalhadores em São Paulo [25 de novembro], ele reiterou: “Podemos construir um terreno comum para o debate do marco regulatório das comunicações no Brasil: a Constituição Federal. Podemos assumir o compromisso de não aprovar nenhuma regra que fira a Constituição e de não deixar de cumprir nenhum preceito constitucional. Nada aquém, nem nada além da Constituição 

Celebrando a CF88 como portadora de princípios e normas que, por óbvio, deveriam já estar sendo cumpridos, se pensarmos em perspectiva histórica, não deixa de ser emblemático da situação em que nos encontramos que princípios e normas promulgados há mais de 23 anos e, na sua maioria, não regulados – sejam ainda objeto de proposta para se constituir “no terreno comum” para um marco regulatório das comunicações. 

Não deveríamos estar hoje em outro patamar, tratando de regular as transformações tecnológicas e suas imensas implicações para o setor nas últimas décadas?

O tamanho do atraso
Quando do pronunciamento do Ministro Paulo Bernardo na CCTC&I, em artigo publicado no Observatório da Imprensa nº 637, comentei: “regulamentar os artigos da Constituição já seria um avanço importante (...) o atraso do Brasil no que se refere à regulação do setor de comunicações continua extraordinário. Tanto é verdade que apenas a regulação de normas e princípios que estão na Constituição há mais de vinte e dois anos já significaria um avanço importante”.

Não se pode esquecer que as normas e princípios que estão na CF88 foram resultado de um dificílimo embate entre os interesses em avançar na democratização do setor e aqueles que, àquela época e ainda hoje, defendem o status quo legal. Tanto isso é verdade que, na Constituinte, a Comissão onde estava o tema da comunicação foi a única que não chegou a ter um relatório final. Os acertos para a redação do capítulo V (do Título VIII) – Da Comunicação Social – foram feitos já no âmbito da comissão de sistematização. 

Além disso, o que finalmente se conseguiu inscrever na CF88 em termos de avanço para a área, resultou de anos de articulação da sociedade civil em torno de bandeiras concretizadas através de Emendas Populares e pressão diuturna durante todo o processo constituinte. Nada veio de graça.

Existe “consenso” em torno da CF88?

A CF88 seria hoje aceita como um “terreno comum” pelos atores que tem sido determinantes na formulação das políticas públicas para o setor de comunicações?

O que tem acontecido em relação aos princípios e normas constitucionais nos últimos 23 anos?

(1) A maioria das normas e princípios referentes às comunicações que estão na CF88 não foram regulamentadas. A situação é tão grave que, desde novembro de 2010, está no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (AD0) pedindo que se declare “a omissão inconstitucional” do Congresso Nacional.

(2) O artigo 222 foi alterado em momento de crise dos grandes grupos de mídia para atender a seus interesses, isto é, permitir a entrada de capital estrangeiro em até 30% na propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão (EC n. 36/2002).

(3) Dispositivos regulamentados não são cumpridos. É o caso do artigo 224 que prevê a criação do Conselho de Comunicação Social como órgão auxiliar do Congresso Nacional, regulamentado por lei em 1991 e que não vem sendo cumprido há mais de cinco anos.

(4) Dispositivos regulamentados são considerados – pasme-se – “inconstitucionais”. O exemplo emblemático é a “classificação indicativa”. 

O inciso I, do § 3 ao artigo 220, diz: 

Compete à lei federal:

Regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Públicoinformar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendam, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada (grifo meu).

Além da CF88, a classificação indicativa se apóia no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), nas Portarias MJ nº 1.100/2006 [regulamenta a Classificação Indicativa de diversões públicas, especialmente obras audiovisuais destinadas a cinema, vídeo, DVD, jogos eletrônicos e de interpretação (RPG)] e nº 1.220/2007 e no Manual da Nova Classificação Indicativa – Portarias SNJ nº 8/2006 e SNJ nº 14/2009 [regulamentam as obras audiovisuais destinadas à televisão].

Apesar disso, o presidente do conselho editorial e vice-presidente das Organizações Globo afirma: “ao longo dos anos, legislações infraconstitucionais e até mesmo portarias ministeriais, ao vincular as faixas etárias a horários de exibição, tornam impositiva uma classificação que deveria ser indicativa. (...) É verdade que o Ministério da Justiça aceitou um sistema de autoclassificação. (...) os encarregados do Ministério da Justiça de aceitar a classificação de programas ou de reclassificá-los se julgam sabedores do que é ou não tolerado pela sociedade, dentro de um padrão estreito que em tudo faz lembrar a censura” CONAR, “Autorregulamentação e Liberdade de Expressão”; 2011; p. 48).

Já o diretor da Central Globo de Comunicação é mais direto. Afirma ele: “É uma grande ameaça à liberdade de expressão. O que foi feito é que deram um golpe ao se vincular classificação de idade com faixa horária”.

(5) Alguns dispositivos ainda não regulamentados são implacavelmente combatidos pelos grupos de mídia. Um exemplo é o § 5º do artigo 220 que reza“Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. 

Como se sabe, o caminho mais curto para a concentração da propriedade no setor é a “propriedade cruzada”. Sem a sua regulamentação, portanto, não haverá como impedir a continuidade da oligopolização e/ou da monopolização, características históricas do setor no nosso país. No entanto, a principal associação representativa dos concessionários de radiodifusão, a ABERT, considera que, em relação ao marco regulatório, “discutir (sic, discutir!) temas como propriedade cruzada, significaria um retrocesso” [cf. ABERT, Contribuições para o Seminário do PT; in Seminário “Por um novo Marco regulatório para as Comunicações: o PT convida ao debate”; Partido dos Trabalhadores, 25/11/2011].

Déjà vu

Para muitos de nós que participamos dos movimentos civis a favor da democratização das comunicações antes mesmo do processo Constituinte, retornar aos temas anteriores à Constituição de 1988 tem um desconfortável sentimento de déjà vu. Reaviva-se o clima de intolerância que caracterizou as disputas daquele período e que, infelizmente, tem caracterizado boa parte dos raros debates em torno da formulação de políticas públicas com a participação dos grupos privados de mídia, desde então. Lembre-se, por exemplo, a retirada da maioria dos grupos empresariais da comissão de organização da 1ª. CONFECOM, e o boicote e a satanização dela que se seguiram.

De qualquer maneira, se o “terreno comum” possível para a negociação democrática de um marco regulatório para as comunicações for a CF88, que assim seja. 

O fundamental é que, a exemplo do que ocorre nas principais democracias contemporâneas, a sociedade brasileira também encontre seu caminho para a efetivação do direito à comunicação, vale dizer, da presença e da participação de mais vozes no espaço público brasileiro.

A ver.


Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

Estudante da USP: "A única visão que eu tinha era das botas"


Uma estudante da USP denuncia, em depoimento, que foi agredida e ameaçada por PMs na ação de reintegração de posse da reitoria. Ela tentou registrar as agressões na polícia, mas não conseguiu. "Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Nisso passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto".

Nadya Krupskaya (nome fictício), 25, é professora de filosofia na rede estadual e estudante da USP. Ela foi uma das detidas após a reintegração de posse da reitoria da universidade. Na operação, conduzida no dia 8 de novembro, participaram cerca de 400 policiais, com carros, cavalos e helicópteros. Para desarmar os possíveis protestos de alunos, PMs impediram a saída de moradores do Crusp (conjunto habitacional da USP) durante a ação, usando inclusive bombas de gás para tal fim.

Nadya afirma que não estava na reitoria durante a operação e que foi presa e levada para dentro do prédio por PMs, após tirar fotos da operação. Ela está sendo indiciada, junto a mais de 70 pessoas, por desobediência à ordem judicial e dano ao patrimônio público.

Dentro da reitoria, ela alega ter ficado sozinha por 30 minutos com policiais homens, que a teriam agredido e ameaçado. Na delegacia, diz que tentou registrar as agressões, mas segundo a delegada que ouviu os detidos, não era possível registrar tal depoimento.

Segundo advogados que representam os estudantes detidos, o relato dela será a base de uma denúncia que deve ser feita ao Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), após o resultado dos exames de corpo de delito, ainda não finalizado.

Depoimento dado a Raphael Sassaki: 

Eu ocupei a reitoria, participei do movimento, mas na noite da reintegração de posse, eu não dormia lá. Eu estava no meu apartamento no Crusp, quando acordei assustada com os barulhos dos helicópteros iluminando meu quarto. Em seguida, desci pra ver o que acontecia, muitos amigos estavam na reitoria. 

Lá embaixo, PMs impediam as pessoas de sair, inclusive as que tinham que ir trabalhar ou pessoas que tem que acordar de madrugada para tocar pesquisas nos instituto, e também, claro, quem queria ir para a reitoria ver o que acontecia. Ainda estava bem escuro.

Eu desci junto com essas pessoas e, passado alguns minutos vendo aquela situação, começamos a sair por uma lateral do prédio. 

Chegando próximo à reitoria, eu comecei a tirar fotos em frente ao cordão de isolamento da polícia, para registrar o que acontecia. Nisso apareceu um policial por trás de mim, apontando uma arma de grosso calibre. Eu fiquei paralisada; na minha frente o cordão de isolamento e atrás um cara armado. 

Ele me pegou , me disse que eu estava detida e me mandou deitar no chão. Chegaram mais dois PMs, que já me jogaram no chão para me imobilizar; eu comecei a gritar, já que eu não estava lá dentro e eles não tinham justificativa legal para me deter, eu só estava filmando. 

Foi quando um deles falou: "É melhor levar ela pra dentro". Na delegacia falaram que eu tentei entrar na reitoria. Como eu vou entrar em um lugar cheio de polícia, passando pelo cordão de isolamento? 

Eles me levaram arrastada pra frente da reitoria, quebraram o vidro e entraram. Era uma sala escura, não havia nenhum aluno, só policiais homens. 

Lá, me colocaram de pé e mandaram deitar no chão. Como eu não fiz imediatamente o que me pediram, eles chutaram minha perna, que ficou roxa. Acredito que isso conste no exame de corpo de delito. 

Quando me jogaram no chão, um homem sentou nas minhas pernas, próximo ao meu bumbum, e dois no meu tronco, pressionando com o joelho meu corpo no chão. Havia vários em volta fazendo uma roda, porque como estavam ao lado do vidro, se alguém estivesse passando poderia ver. 

A única visão que eu tinha era das botas. A sala estava toda escura. Devia ter uns 12 homens ali, algo descomunal para imobilizar uma mulher. O que me chocou e o que os advogados querem caracterizar como crime de tortura foi que nesse momento os policiais apertaram meu pescoço e taparam minha boca e meu nariz. 

Eu sou asmática e quase desmaiei. Eles são sarcásticos, riam de mim, falavam que eu não ia sair dali. Eu gritava e batia as mãos no chão, e eles falavam "você está pedindo arrego?" 

Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Eu tentei reagir e mordi a mão do PM que segurava minha boca. Quando fiz isso, eles me falaram: "Você conhece o porco?". 

O porco é uma bolacha de plástico que enfiaram na minha boca e me impedia de falar e dificultava minha respiração, pois sou asmática. Eu fiquei com isso na boca enquanto eles falavam: "é melhor ficar quieta senão vai ser pior". 

Eu pensei que não havia mais ninguém lá dentro, que todo mundo já havia sido retirado e que iam fazer o que quisessem comigo. Depois eu soube que tinha uma sala ao lado, onde as meninas ouviram tudo o que aconteceu ali, elas são minhas testemunhas. Onde eu estava, não tinha uma mulher, ninguém. 

Depois de vários minutos dessa situação, me prenderam com um lacre, com as mãos pra trás. Apertaram isso muito forte e me levantaram pelos cabelos do chão; tiraram o 'porco' da minha boca e me levaram pra outro lugar, mais iluminado. 

Eu reclamava do meu braço, que ficou roxo; isso não saiu tanto no corpo de delito, já que ele foi feito às 2h da quarta-feira, e a reintegração foi às 5h do dia anterior. 

Eu reclamava que meu braço doía muito quando passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local, o que fez toda a cobertura da desocupação. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto. 

Mas os câmeras filmaram um pouco, tanto que as imagens estão no Jornal Nacional, onde eu reclamo da minha mão. Eu falando o que tinha acontecido eles não colocaram. Um cara [PM] ainda me falou "viu, não adianta nada você reclamar". 

Eu não conseguia ficar de pé, mas eles me forçavam; um PM pegou o cassetete e apertou contra a minha garganta pra eu ficar em pé, junto à parede. 

Eu estava assim, quando chegou uma policial mulher, uma loira, que imagino que eu possa identificar no processo --foram 25 mulheres presas e apenas 3 policiais mulheres, que contamos, essa era a única loira. 

Eu achei que ela fosse ter o mínimo de sensibilidade. Eu falei [para o PM] 'você vai me bater de novo?". Nisso a policial mulher chegou, tirou ele de lá e falou: "Ele não pode te bater, mas eu sou mulher e posso" e pegou na minha blusa e me jogou duas vezes contra a parede. Eu reagi e dei uma cotovelada; ela saiu. 

Eles continuaram em volta de mim. Essa loira reapareceu com minha máquina dentro da caixinha; achei delicado terem guardado, somente para ver depois que a máquina estava quebrada e sem o cartão de memória. 

A policial [mulher] ainda me falou: "Se você colaborar eu vou te levar junto das meninas, senão, você vai ficar aqui com os meninos [os PMs] viu?". 

Me levaram para a sala, onde todas as mulheres estavam sentadas no chão com vários policiais, que tampavam o vidro com escudos para que não pudessem vê-las. 

Tinha mais polícia do que meninas, como se fossem oferecer grande risco. Elas disseram que eles falaram: "Não se preocupem com os gritos, é procedimento normal". Ainda disseram, 'não é nada, é só uma louca que entrou gritando'. Depois, soube que foram 30 minutos aproximadamente que eu fiquei sozinha com os PMs. 

Ficamos um bom tempo nessa sala e começaram a me ligar. Eu atendi e disse que estava lá dentro; ninguém entendeu o que eu tava fazendo lá. Eu disse que passava mal, que precisava da minha bombinha. Aí sim os policiais acreditaram que eu tinha asma e 20 minutos depois me trouxeram minha bombinha, que meu namorado levou.

Depois mandaram eu desligar o celular e ficamos incomunicáveis. Havia vários policias sem farda, à paisana, filmando nossos rostos. Todos os PMs estavam sem identificação, dentro e fora. Reclamamos disso e a PM que me agrediu disse: "O que você entende de Polícia Militar pra saber o que PM pode ou não?". 

Fomos levados para a sala principal, onde ficam os quadros dos reitores. Colocaram a gente na parece e nos obrigaram a sermos fotografadas, armados e ameaçando, vestidos com roupa normal e sem identificação. Sem identificação por quê? Porque se acontecesse algo muito sério ninguém poderia ser punido?

Eles sabem onde eu moro, sabem meu nome, por isso não me identifico. Eu estou visada por que eles sabem que o que fizeram foi irregular. Eles têm imagens nossas, de perfil, de lado, fizeram um 'book' da gente. Estávamos todos assustados, porque não sabíamos o que ia acontecer.

Nos levaram para a delegacia, onde ficamos mais de 20 horas. Durante o interrogatório, nos perguntaram nosso número USP. Por que isso importa? Pra reitoria nos perseguir?

Eles disseram que íamos somente assinar um termo circunstancial e ser liberados, mas depois de um ligação recebida, mudaram e decidiram nos imputar os crimes, inclusive formação de quadrilha e crime ambiental, que depois foram desconsiderados.

Fui atentidada pela delegada [Maria Letícia Camargo], tentei falar para ela sobre a violência que praticaram comigo; ela me disse que o questinário partia do pressuposto que eu estava lá dentro, e que não havia uma lacuna onde ela pudesse relatar o que que queria falar. 

Então resolvi declarar em juízo. Quando eu saí, tinha um policial gordinho de olhos azuis, que quis botar as meninas que estavam fumando para dentro do ônibus. Como questionamos isso ele me disse: "É pra você acatar, que você já conhece minha força"; Eu disse 'então você estava lá, seu filha da puta, você me agrediu'. Depois disso ele desapareceu e eu não o vi mais.

Eu tentei fazer o boletim de ocorrência, mas a delegada se negou a registrar.

E é por isso que eu estou dando esta entrevista, porque ela teve a 
pachorra de dizer depois, em entrevista, que nenhum estudante alegou ter sido agredido.

O Movimento

Havia uma comissão para fazer material, outra para falar com a imprensa. Tinha a comissão de segurança, para garantir que não entrassem PMs nem imprensa, e que não fotografassem as pessoas. Tinha comissão de cultura, música, dança. É um absurdo falar que era um movimento de traficantes. Acha que tantas pessoas se organizaram dessa forma pra defender somente o direito de fumar maconha?

Ninguém ali está lutando pelo direito individual, polícia tem em todo lugar. Defendemos o direito de ter uma universidade de fato pública e aberta, para que as pessoas não tenham suas bolsas revistas e sejam punidas por crimes que não cometeram.

Agora os policiais estão ali, sabem onde eu moro, e podem me intimidar para eu não denunciar. Você pode achar um exagero, mas na USP há um programa de vigilância, com câmeras escondidas e funcionários do Coseas registrando as pessoas, inclusive relatórios da vida íntima e política das pessoas.

É estranho a mídia nos tachar de burguesinhos, porque se de fato fôssemos, o que íamos querer era justamente polícia pra nos proteger 'dos favelados'.

Eu já fui babá, monitora escolar, bóia fria, frentista de posto de gasolina, trabalhei em fábricas, em telemarketing, no comércio. 

Hoje sou professora na rede pública estadual, dou aulas de filosofia para crianças. Quando eu voltei para a escola os alunos falaram: "Êba, a professora foi solta!". Eles já sabem que as coisas não são como mostram.
Eu nasci no sul do país, meu pai era militante e coordenador do MST, já morei em acampamento e isso sempre foi natural. Eu vim para a USP porque aqui me parecia um lugar livre, onde tinha moradia estudantil e jovens podiam pensar livremente; tudo engano.

Desde criança sempre tive um veia crítica sobre as coisas; eu não sou direita, mas também não sou xiita ou radical, como falam.

Sou só uma estudante que se indigna, que quer uma universidade que não seja só para ela; a USP pra mim foi um sonho, e eu queria que outras pessoas pudessem compartilhar isso.

Não queremos universidade para a elite, mas para os trabalhadores e filhos de trabalhadores, algo que o reitor tenta impedir, bancado pelo governo.

Sou apenas uma indignada, que gosta de estudar, fazer política e morar no Crusp. Espero que eu não seja jubilada e possa prestar concurso para dar aula como professora efetiva, sem sofrer nenhuma represália, principalmente da própria universidade.

O outro lado 

A Polícia Militar disse não ter conhecimento sobre os fatos relatados pela professora e disse que a Corregedoria da PM está aberta para denúncias contra a ação policial.

A PM também afirma que nenhum detido durante a operação foi ferido, segundo o resultado do exame de corpo de delito. 

Negando isso, a Secretaria de Segurança Pública disse que o laudo do exame fica pronto em 30 dias a partir do pedido e que não é possível consulta antes deste prazo.

A Polícia Militar ainda afirma que todos os homens da corporação devem usar identificações durante as operações, mas ressalta que é possível que a identificação tenha sido dificultada por causa dos coletes táticos usados, que encobririam o nome.

Segundo a PM, as pessoas levadas para dentro da reitoria foram presas pois depredaram viaturas.

O delegado Dejair Rodrigues, titular da 3ª Delegacia Seccional, disse que “entre as perguntas formuladas pela Polícia Civil aos estudantes, uma delas abordava a questão de possível agressão durante a desocupação, entretanto, todos os jovens manifestaram o desejo de somente se manifestar em juízo; e tudo foi acompanhado pelos advogados.”

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mídia: regulação não é censura


Fonte: Vermelho
A caixa preta do monopólio e da irresponsabilidade da mídia no Brasil precisa ser aberta, e isso exige o envolvimento da sociedade e dos movimentos sociais no debate e em manifestações pela democratização da comunicação. 

Esta é uma das conclusões que se pode tirar do seminário “Por um novo marco regulatório para as comunicações”, realizado pelo Partido dos Trabalhadores em São Paulo, dia 25, reunindo líderes partidários, parlamentares, lideranças da luta pela democratização das comunicações e ativistas dos movimentos sociais.

Os barões da mídia e seus serviçais sofrem de urticárias quando se toca no assunto. Afinal, a mídia é um dos poucos ambientes de poder que, após a redemocratização de 1985, permanecem intocados e com as mesmas prerrogativas de desempenho discricionário de sempre. Intocados não, na verdade – com o fim da Lei de Imprensa, em 30 de abril de 2009, esse poder foi ampliado, reforçando a influência deletéria dos patrões da mídia. 

E também o poder de fogo de suas intrigas contra a democracia. Converteram seus jornais, revistas e meios eletrônicos no autêntico eixo da oposição neoliberal e conservadora, papel que, a rigor, sempre desempenharam e que se voltam, desde a posse de Lula, em 2003, a uma aberta e indisfarçada conspiração contra a estabilidade política e a ordem institucional e democrática. Tornaram-se plenamente merecedores do apelido de PIG – Partido da Imprensa Golpista – baseando sua ação na mentira, no desrespeito à coisa pública, no monopólio e no desprezo pela intimidade e privacidade das pessoas e organizações. 

O monopólio privado das comunicações é o principal obstáculo à plena democratização do país e ao avanço nas conquistas sociais que o povo almeja. Além disso, em muitos aspectos, alguns desses veículos hegemônicos, impressos e eletrônicos, acentuaram seu papel de porta-vozes de interesses antinacionais e contrários à soberania brasileira.

Nesse sentido, tem razão o ex-ministro da Comunicação Social no governo Lula, Franklin Martins, quando, em sua intervenção naquele seminário, acentuou a necessidade de desinterditar o debate afastando o “fantasma” do controle e da censura para “discutir o que realmente interessa”. 

Trata-se de um “fantasma” que os barões da mídia e seus paus-mandados agitam para barrar o debate e confundem, interessadamente, responsabilização do exercício do serviço público que é a atividade de comunicação (caráter que eles rejeitam, encarando a atividade como mero negócio comercial e mercadoria) com censura e cerceamento da liberdade de comunicação.

É uma confusão conveniente para eles, “fantasma” que alimentam para agitar contra todas as tentativas de regulação e democratização das comunicações.

A vacina contra essa distorção, enfatizou Franklin Martins, é a luta pela regulamentação dos dispositivos que tratam dos meios de comunicação e constam da Constituição Federal mas que, passados mais de 20 anos desde sua promulgação, ainda permanecem letra morta. São os itens constitucionais que proíbem os monopólios e oligopólios, asseguram o direito de resposta e respeito à intimidade e à privacidade. Não queremos que a Constituição “seja engavetada”, disse com razão.

Um dos consensos que se firma entre os lutadores pela democratização e responsabilização dos meios de comunicação é o reconhecimento de que a fase de denúncias está superada, impondo-se outra etapa, a mobilização dos trabalhadores, do povo e dos democratas para levar esta bandeira democrática às ruas. Impõe-se, desde já, a realização de manifestações de massa, unitárias, em torno de uma campanha nacional pela democratização das comunicações para, com elas, intensificar a pressão social para a superação deste obstáculo de natureza oligárquica contra o avanço democrático do país.

Nesta luta, como frisou Franklin Martins, os pontos centrais são a garantia da liberdade de imprensa; o fim do monopólio e da centralização de comando dos veículos; a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal; a promoção e valorização da cultura nacional e regional; a separação entre produção e distribuição dos conteúdos; e a universalização do acesso e a liberdade na internet.

A previsão da divulgação, nas próximas semanas, do processo de consulta pública do governo sobre o marco regulatório das comunicações, é a próxima oportunidade para o desmascaramento da confusão entre controle e regulação da mídia com censura e amordaçamento, como alegam falsamente os barões da mídia. 

Aécio, cadê o bafômetro?


Aécio na Época. Cadê o bafômetro?
A revista Época, dos filhos de Roberto Marinho, cedeu generoso espaço ao senador mineiro Aécio Neves na edição desta semana. O tucano até parece embriagado pelas suas ambições. Ele tenta ocultar a grave crise da oposição de direita, endurece nas críticas ao governo Dilma e defende penas mais duras para os motoristas que dirijam bêbados. É sério! Faltou um bafômetro antes da entrevista!
Apesar do inferno dos demos e das sangrentas bicadas entre os tucanos, Aécio garante que “a oposição chegará altamente competitiva em 2014”. Para ele, o governo Dilma tende a se desgastar rapidamente. “É refém do que lá atrás se chamou de coalizão, mas que não passa de um governo de cooptação. O governo do PT abdicou de um projeto de país para se dedicar a ficar no poder”.
Bebedeira e perda de memória
O ex-governador, que fez alianças com deus e o diabo para se perpetuar no poder em Minas Gerais – inclusive cooptando a maior parte da mídia local, sabe-se lá com que expedientes –, lembra aqueles borrachos que esquecem o que fazem. Na sua embriaguez, eles ficam ainda mais agressivos. Aécio, na entrevista, tira a máscara de bom-moço e parte para o ataque direto contra a presidenta Dilma.
“Ela é responsável pela formação de seu governo, pela incapacidade de tomar iniciativas, pela falência da infra-estrutura no Brasil, pela má qualidade da saúde. Esse é um governo reativo, sem a dimensão necessária para produzir um futuro diferente para o Brasil – e que passou o ano reagindo às crises que surgiram. O malfeito só é malfeito quando vira escândalo”, afirma o santinho.
A parte mais cômica da entrevista
Mas a embriaguez [no sentido figurado] conduz a erros ainda mais grotescos. Aécio insiste em defender a maldita herança tucana. “Abrir mão de defender nosso legado foi o maior dos equívocos do PSDB”. Para ele, Lula só existe por causa de Itamar Franco e, principalmente, de FHC. “Essa foi a bendita herança para o governo do PT. E abdicamos de disputar isso”, afirmou, sóbrio.
Ao final da entrevista, a parte mais cômica. A Época tenta limpar a imagem do senador, flagrado no início deste ano com a carteira de habilitação vencida – a publicação da famiglia Marinho só não menciona que, segundo boletim de ocorrência da polícia carioca, ele estaria dirigindo “embriagado ou drogado”. A revista pergunta: “O senhor é favorável ao endurecimento da Lei Seca?”.
Aécio: Sou. Votei na Comissão de Constituição e Justiça pelo endurecimento da lei.
Leia também: