quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mais ricos são os que consideram a Justiça mais rápida



Os cidadãos mais ricos são os que consideram a Justiça mais rápida. É o que revelou a segunda parte de estudo que reúne indicadores de percepção social em relação ao Judiciário, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em escala de zero a quatro, em que quatro significa a melhor colocação, os cidadãos que ganham mais de 20 salários mínimos deram a maior nota no quesito rapidez: 1,96. 

Apesar de estar longe de um desempenho satisfatório, essa é a melhor colocação conseguida em relação a todos os quesitos analisados pela pesquisa: rapidez, acesso, custo, decisões justas, honestidade e imparcialidade. Os itens tiveram classificação entre mal (um) e regular (dois) em todos os recortes sociodemográficos do estudo.

“Esses achados confirmam a conclusão de que a população brasileira apresenta uma avaliação bastante crítica e generalizada sobre a Justiça”, destacou o estudo. Quando se consideram todos os quesitos, no entanto, o item rapidez obtém a pior classificação de todas as variáveis da pesquisa. Cidadãos com formação superior incompleta, completa ou pós-graduação acham que a Justiça brasileira está mal (1,01) nesse quesito.

Os cidadãos com mais de 65 anos têm as avaliações mais otimistas em quesitos éticos, como a honestidade e a imparcialidade. Eles deram as notas mais altas nesses dois itens: 1,39 e 1,41, respectivamente. A pior avaliação para honestidade (1,05) partiu dos cidadãos com renda de cinco a 10 salários mínimos. Os mais pessimistas em relação à imparcialidade são aqueles com ensino médio completo ou incompleto (1,08).

Os cidadãos que mais sentem os custos da Justiça são os negros, que deram a pior nota nesse quesito (1,32). Os moradores da região Sul são os que menos se incomodam com esse fator (1,55).

Apesar de o Sudeste concentrar um maior número de varas judiciais, os cidadãos locais são os mais críticos no quesito acesso à Justiça (nota 1,38). Já na Região Norte, os cidadãos são os mais otimistas em relação ao acesso (nota 1,66).

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA
A constatação faz parte de estudo sobre a percepção da Justiça feito pelo Ipea, que identificou ainda problemas de família, nas relações de trabalho e entre vizinhos como conflitos mais comuns enfrentados pelo brasileiro.

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